Gestora com pré-autorização para emitir Letras de Risco de Seguro e Resseguro, um título de crédito de riscos securitizados de seguros, estruturado para o mercado de capitais, com foco em seguros e crédito, com fins de diversificação de riscos, para uma sociedade de seguros ou seguradora, com propósito específico de financiamento por meio de debêntures.
A Galapagos Capital eleva seu alcance no mercado, expandindo sua gama de serviços para incluir a gestão de seguros, seguindo em sua missão de oferecer soluções de investimentos para suas carteiras.
A empresa, que gerencia mais de R$ 23 bilhões em ativos, já demonstrou sua capacidade em lidar com riscos através de produtos como debêntures, que permitem captar recursos a longo prazo. Com a entrada no mercado de seguros, a empresa pode oferecer a seus clientes uma ampliação de seus produtos e serviços, atuando como uma verdadeira plataforma de investimentos.
Desenvolvimento do Mercado de Seguros: Uma Nova Oportunidade para Investidores
A Galapagos Capital encara uma grande oportunidade no mercado de seguros, aproveitando uma mudança estrutural no setor. A empresa será a primeira gestora independente a emitir Letras de Risco de Seguro e Resseguro (LRS), uma ferramenta de crédito de riscos de seguros securitizados, destinada ao mercado de capitais. Essa estruturação é um movimento óbvio, conforme observa Roberto Takatsu, sócio da Galapagos Capital, e vai atender uma demanda forte no mercado.
A LRS é semelhante ao que as LCIs e LCAs são para os mercados imobiliário e do agronegócio, respectivamente. No mercado global, é conhecida como ‘insurance-linked securities’ (ILS) e tem atingido um patamar de US$ 43,1 bilhões em 2023. Dessa forma, o mercado de seguros distribui os riscos de sinistros entre várias partes. No Brasil, esse papel estava limitado às resseguradoras que repassavam parte do risco das seguradoras sem terem com quem repassar o seu próprio risco.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou a formação desse novo mercado em 2022, mas as primeiras autorizações foram emitidas em dezembro de 2024 – a primeira a receber foi a resseguradora IRB(Re). Para entrar nesse mercado, a Galapagos obteve uma pré-autorização da Susep para operar como Sociedade Seguradora de Propósito Específico (SSPE), montou uma nova estrutura internamente e contratou uma equipe para trabalhar com a LRS – como a Susep é uma autarquia pública, a gestora aguarda a formalização da autorização ser publicada no Diário Oficial.
A LRS representa uma abertura significativa para o mercado de capitais acessar o risco de seguros, diz Takatsu. A expectativa da Galapagos é lançar sua primeira LRS no início de 2025, com uma meta de alcançar até R$ 3 bilhões em emissões no primeiro ano. A gestora já iniciou diálogo com as principais seguradoras e resseguradoras do País. Pela regulamentação, a LRS só pode ser acessada por investidores profissionais (com mais de R$ 10 milhões de patrimônio). O prazo dos títulos pode chegar a 10 anos. A Galapagos pretende vender os primeiros títulos a gestores de crédito, fundos de previdência e fundos de pensão.
Em um segundo momento, os multi family offices serão o público-alvo. A expectativa é que os primeiros títulos tenham duração mais curta, de 12 meses a 18 meses, e sejam precificados entre CDI+1,5% e CDI+4%, dependendo do risco da empresa, competindo com as debêntures pelo bolso do investidor. O mercado global registrou uma renda média de 12% ao ano em dólar, enquanto as Treasuries pagaram de 5% a 6% ao ano. O potencial da LRS concentra-se em atuar em segmentos de demanda mais restrita como catástrofes, agro e garantia financeira, áreas com grande sinergia com o mercado de capitais.
Fonte: @ NEO FEED
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