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Dentes do Ptychodus, do Cretáceo, revelam mistérios da árvore evolutiva em registros fósseis de pedreiras calcárias com filas dentais intrigantes.
Durante o Período Cretáceo, um gênero de tubarões vagava pelos mares com filas de dentes incomuns. Os tubarões são criaturas fascinantes que habitam os oceanos há milhões de anos, sendo conhecidos por sua imponência e agilidade.
Além dos tubarões pré-históricos, os mares também abrigavam diversas outras criaturas-marinhas e fósseis-marinhos que nos revelam um passado intrigante e cheio de mistérios. A presença desses seres marinhos antigos nos ajuda a compreender melhor a evolução da vida nos oceanos e a importância da preservação desses ecossistemas únicos.
Tubarão: Descoberta de Fósseis Marinhos Pré-Históricos
Principalmente grandes e arredondados, esses dentes não eram feitos para cortar suas presas, mas para triturar e esmagar criaturas com conchas. No entanto, como a presença desses animais no registro fóssil consistiu principalmente em dentes isolados, os cientistas ficaram especulando sobre a aparência do resto desse antigo predador desde sua descoberta no século XVIII.
Agora, restos descobertos em pedreiras de calcário no nordeste do México estão finalmente dando aos pesquisadores uma ideia mais clara da aparência do tubarão, incluindo um fóssil que mostra quase todos os elementos esqueléticos e um contorno do corpo de tecido mole do espécime. A novidade também revela onde o gênero, conhecido como Ptychodus, se encaixa na árvore evolutiva dos tubarões e outras características previamente desconhecidas desse ‘enigma de longa data’.
Os fósseis também fornecem informações sobre a história evolutiva dos tubarões encontrados em nossos oceanos hoje, dizem os especialistas. A maioria das espécies de Ptychodus viveu entre 100 e 80 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo Superior.
Os depósitos nos quais os fósseis foram descobertos — em Nuevo León, perto do município de Vallecillo, na Espanha — datam de aproximadamente 93,9 a 91,85 milhões de anos atrás. Como os esqueletos de tubarão são feitos de cartilagem, eles não se fossilizam bem, geralmente deixando aos arqueólogos apenas dentes e poucos restos esqueléticos para encontrar.
Entretanto, evidências sugerem que os fósseis de Nuevo León acabaram em condições predominantemente inertes que teriam permitido uma zona deficiente em oxigênio, resultando na preservação dos esqueletos moles, comentou o professor. No estudo, os pesquisadores analisaram seis fósseis encontrados no local, incluindo o espécime completo. Três outros fósseis estavam quase inteiros e dois estavam incompletos. Com esses restos, os autores do estudo determinaram que Ptychodus pertencia à ordem dos tubarões conhecida como Lamniformes, ou tubarões-macro, o mesmo grupo ao qual pertencem o extinto Otodus megalodon e o moderno tubarão-branco. Lamniformes também inclui as espécies modernas de tubarões-boca-grande, tubarões-de-areia, tubarões-duende.
Fonte: © CNN Brasil
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