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Empresas brasileiras firmam parceria para vender produtos em seus marketplaces, impulsionando ações do Magalu.
Nos últimos tempos, as empresas varejistas do Brasil se viram em meio a uma verdadeira guerra com gigantes asiáticos, como Shein, Shopee, Temu e AliExpress, devido a questões relacionadas à sonegação de impostos e acusações de práticas ilegais. As empresas estrangeiras argumentam que as empresas locais estão receosas da concorrência. Nesse cenário de guerra, o Magazine Luiza optou por uma abordagem inovadora e passou a adotar uma postura de ‘coopetição’.
Enquanto a disputa entre as varejistas brasileiras e as empresas asiáticas se intensifica, surgem questionamentos sobre o impacto desse conflito no mercado nacional. A busca por soluções que equilibrem a competição e a colaboração se torna essencial para o futuro do setor varejista no país.
Magazine Luiza e Aliexpress fecham parceria em meio à guerra comercial
A empresa liderada por Frederico Trajano anunciou uma parceria estratégica com o Aliexpress, plataforma de comércio eletrônico pertencente ao gigante chinês Alibaba. Essa aliança permitirá que ambas as companhias vendam produtos uma da outra em suas respectivas plataformas, em um movimento que visa fortalecer suas posições no mercado global. O acordo, que vinha sendo negociado desde o final do ano passado, foi finalmente assinado em 24 de junho, em Hangzhou, na China.
A operação cross border entre o Magazine Luiza e o Aliexpress tem previsão para iniciar no terceiro trimestre deste ano, marcando um novo capítulo na disputa por participação no mercado de varejo online. Trajano destacou que o processo de negociação evoluiu significativamente nas últimas semanas, impulsionado por fatores como a implementação de uma nova taxa de importação para compras abaixo de US$ 50, que pode chegar a 20%.
A parceria inicialmente abrangerá a comercialização de bens duráveis e de longa duração, segmentos nos quais o Magazine Luiza possui uma participação significativa. Cada empresa pagará uma taxa à outra com base nas vendas realizadas, embora os detalhes específicos sobre as alíquotas não tenham sido divulgados. A diretora do Aliexpress para a América Latina, Briza Bueno, ressaltou a importância dessa colaboração, especialmente no que diz respeito a produtos como geladeiras e outros itens pesados.
Trajano enfatizou a complementaridade dos sortimentos das duas empresas, destacando o potencial de conversão nas plataformas devido à diversidade de produtos oferecidos. A parceria, que não inclui inicialmente a integração logística, visa explorar sinergias entre as operações de varejo online, sem alterar a estrutura independente de cada player.
No curto prazo, a colaboração não envolverá mudanças na logística, mantendo-se a autonomia operacional de ambas as empresas. No entanto, Trajano vislumbra oportunidades de redução de custos para o Aliexpress no futuro, embora isso não faça parte do acordo atual. O mercado reagiu positivamente ao anúncio, impulsionando as ações do Magazine Luiza na bolsa de valores brasileira, com um aumento de mais de 11% até o meio-dia daquele dia.
Em 2024, as ações da empresa acumulavam uma queda de 37% desde o início do ano, refletindo a volatilidade do mercado e as pressões competitivas enfrentadas pelo setor de varejo. A parceria entre o Magazine Luiza e o Aliexpress representa um marco na estratégia de expansão internacional da empresa brasileira, que busca fortalecer sua posição em meio à guerra comercial que envolve os principais players do mercado global.
Fonte: @ NEO FEED
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