Homem responde a processos por perturbação a culto religioso e injúria racial, crimes de intolerância, após ataques preconceituosos durante uma marcha.
Um incidente grave ocorreu em um terreiro de umbanda em Ponta Grossa, no Paraná, quando um homem, que é vizinho do local, tentou atropelar uma mãe de santo que saía do terreiro. A ação foi flagrada por câmeras de segurança na segunda-feira, 30.
A polícia está investigando o caso e o homem, que é morador da casa vizinha ao terreiro, pode responder por tentativa de homicídio. Além disso, ele também proferiu xingamentos contra os frequentadores do terreiro, o que gerou um clima de tensão entre os vizinhos e os residentes da região. A intolerância religiosa não pode ser tolerada e a polícia está trabalhando para garantir a segurança de todos os envolvidos.
Conflito entre vizinhos em terreiro de candomblé
Uma mãe de santo, Lúcia Mara Santos, compartilhou uma experiência perturbadora em uma entrevista ao programa Tá Na Hora Paraná, do SBT. Ela relatou que um vizinho, ao sair com seu carro, quase atropelou uma convidada do terreiro que estava andando pela calçada após uma celebração. O incidente ocorreu quando o homem engatou a marcha ré e, por pouco, não colidiu com a mulher.
O vizinho, identificado como Oiles Sarafim, é conhecido por suas atitudes intolerantes em relação aos frequentadores do terreiro. Em um vídeo gravado por Lúcia, ele aparece exaltado, xingando os presentes e chamando-os de ‘bando de macumbeiro’. Além disso, ele jogou uma banana que caiu aos pés de Lúcia.
Denúncias e processos judiciais
A polícia foi acionada por vizinhos, mas Oiles Sarafim se recusou a sair de casa para receber as autoridades. Marcos Dura, dirigente do terreiro, afirmou que há dez anos os frequentadores lidam com as atitudes intolerantes do vizinho, que incluem ataques de racismo, homofobia e religiosos. ‘A gente está sofrendo todos os ataques desse senhor, de racismo, homofobia, religioso e tudo o mais. A gente chama a polícia, eles tentam resolver e não conseguem’, contou ao programa de TV.
Os membros do terreiro registraram boletins de ocorrência sobre os casos de violência, mas, mesmo após as denúncias, o comportamento do homem nunca mudou. Oiles Sarafim já foi réu por perturbação a culto religioso em 2016 e aceitou um acordo com a Justiça, que extinguiu o processo. Em 2019, ele se tornou réu novamente por perturbação a culto religioso e injúria racial, e o processo tramita na Justiça.
Investigação e medidas judiciais
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) instaurou inquérito policial para apurar a prática dos crimes de injúria preconceituosa de caráter religioso, injúria racial e racismo, além de possível tráfico de influências em Ponta Grossa. A vítima foi ouvida pela autoridade policial, e diligências estão sendo realizadas para apurar os fatos. ‘Segundo o que foi apurado, existem dois procedimentos, já finalizados, envolvendo as mesmas partes e fatos similares’, reforçou a PCPR.
Fonte: @ Nos
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