O soldado foi filmado arremessando um jovem de cima de uma ponte em Cidade Ademar, distrito da zona sul de São Paulo, durante um baile funk. A decisão foi tomada pela Corregedoria do Tribunal de Justiça Militar.
O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo decidiu manter o soldado Luan Felipe Alves Pereira em prisão, conforme anunciado na tarde da quinta-feira (5) de março. A audiência de custódia ocorreu na sede do órgão e resultou na decisão de continuidade na detenção.
A prisão foi determinada após o soldado Luan ser flagrado em um vídeo arremessando um jovem de cima de uma ponte em Cidade Ademar, distrito da zona sul de São Paulo. Essa ação gerou grande controvérsia e levantou questões sobre a Justiça Militar e seu papel em casos como esse. Além disso, o caso também trouxe à tona discussões sobre a militarização das polícias e sua eficácia em garantir a justiça.
Justiça Militar: Polícia Militar e violência policial em foco
O agente militar, que acumula oito anos de carreira e já enfrentou ao menos dois Inquéritos Policiais Militares, foi preso pela manhã desta quinta-feira, quando chegava para trabalhar na Corregedoria, após ser removido do trabalho nas ruas em decorrência da repercussão do caso. O tribunal decidiu pela prisão, citando a origem questionável da ocorrência, como o telefonema de um policial para um agente de seguros para perguntar sobre moto roubada na região, a falta de registros dos fatos e informações sobre o destino da moto, entre outros motivos. A cena de violência policial gratuita abriu crise na cúpula da Polícia Militar e na gestão do secretário de segurança, Guilherme Derrite, deixando expostos os desafios da Justiça Militar em garantir a eficácia na aplicação da lei.
A prisão do agente segue a repercussão de um caso de violência policial na noite de domingo (1º) ou madrugada de segunda-feira (2), quando a Polícia Militar realizou uma ação na rua Padre Antônio de Gouveia. Segundo moradores, os policiais estavam na região para dispersar um baile funk. Quando o motociclista, que não foi identificado, entrou na rua e viu os policiais fazendo bloqueio, ele teria perdido o controle e caído do veículo. Nesse momento, segundo testemunhas, o rapaz teria começado a xingar o policial, que estava acompanhado de outros três, conforme o vídeo registrado na cena.
A investigação sobre os Inquéritos Policiais Militares, que recaem sobre o agente militar agora preso, reforça a necessidade da Justiça Militar de uma fiscalização mais eficaz. O caso do homem jogado da ponte se soma a uma série de episódios recentes de violência policial, incluindo o caso de Gabriel Soares, 26, que foi morto com tiros nas costas disparados por um policial militar de folga em 3 de novembro, e o caso de Ryan da Silva Andrade Santos, 4, que foi atingido no Morro de São Bento, em Santos, por um tiro disparado da arma de um policial militar dois dias depois. A comparação com anos anteriores revela um aumento da letalidade sob a gestão do secretário de segurança, Guilherme Derrite.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo