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Estudo publicado quinta-feira revelou que a proteína PKZILLA-1 supera a titina, abrindo caminho para novos medicamentos e materiais.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7) na revista Science revela a toxina mais potente já identificada na biologia, que foi encontrada em algas douradas (Prymnesium parvum).
Além disso, o estudo aponta que essa toxina pode agir como um poderoso veneno em determinadas condições ambientais, representando um desafio para a saúde dos ecossistemas aquáticos.
Descoberta da Proteína PKZILLA-1 Revela Novas Perspectivas sobre Toxinas
Batizada de PKZILLA-1 – em referência ao icônico monstro Godzilla, famoso por seu tamanho imenso – e apelidada de ‘Monte Everest’ das proteínas, essa estrutura gigantesca tem um papel crucial na morte de peixes durante a proliferação dessas algas. Além de sua imponência, o estudo publicado quinta-feira sobre a proteína PKZILLA-1 revelou novas maneiras de sintetizar compostos, o que pode abrir portas para o desenvolvimento de novos medicamentos e materiais.
Peixes mortos pelo veneno prymnesina, produzida pela proteína PKZILLA-1, no Lago Granbury, no Texas, março de 2007. Crédito: Departamento de Parques e Vida Selvagem do Texas. Composta por impressionantes 45.212 aminoácidos, a PKZILLA-1 supera com folga a antiga recordista, a titina, que possui cerca de 30 mil aminoácidos e é encontrada nos músculos humanos. Para efeito de comparação, a hemoglobina, uma proteína de tamanho médio, possui apenas 574 aminoácidos.
Embora ainda microscópica, a PKZILLA-1 redefine os limites do que é possível em termos biológicos. Essa descoberta amplia nosso entendimento sobre as capacidades da biologia. Bradley Moore, químico marinho do Instituto Scripps de Oceanografia, na Califórnia. Conhecida por causar danos fatais às brânquias dos peixes, a P.parvum ainda representa um mistério para os cientistas, que tentam entender como essa alga unicelular é capaz de produzir moléculas tão grandes e complexas.
Leia mais: Produtos químicos ‘eternos’ (e tóxicos) são encontrados em peixes nos EUA Uma mutação deixou peixes mais ‘aventureiros’; entenda Comportamento bizarro e morte em massa de peixes na Flórida intriga cientistas Descoberta da maior proteína do mundo pode ajudar a combater algas nocivas Utilizando técnicas avançadas de análise genética, a equipe de pesquisa identificou dois genes extraordinariamente grandes que codificam a PKZILLA-1 e uma segunda proteína menor, chamada PKZILLA-2.
Esses genes são responsáveis por iniciar a produção de prymnesina, uma toxina formada através de uma complexa série de reações químicas. Uma única célula da alga dourada produtora de veneno (Prymnesium parvum). Crédito: Greg Southard, Departamento de Parques e Vida Selvagem do Texas. A relevância dessa descoberta vai além da curiosidade científica, pois oferece novas perspectivas para o controle da proliferação de algas nocivas, que podem causar grandes danos aos ecossistemas aquáticos.
Essas algas, ao se proliferarem em grande número – muitas vezes devido ao aquecimento das águas ou à poluição – liberam toxinas na água e reduzem drasticamente os níveis de oxigênio, levando à morte de peixes e outros organismos aquáticos. A identificação dos genes PKZILLA é especialmente significativa, pois permite a detecção precoce da produção de toxinas, possibilitando testes preventivos na água, de forma semelhante aos testes de COVID-19. Os pesquisadores acreditam que a abordagem genética utilizada para identificar a PKZILLA-1 pode ser aplicada para descobrir outras toxinas produzidas por algas. Além disso, a alga dourada Prymnesium parvum, produtora de toxinas, continua sendo objeto de estudo devido à complexidade de suas moléculas.
Fonte: @Olhar Digital
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