Senado deve aprovar mais de 50 indicados de Trump para cargos-chave, como Defesa e Saúde. Bilionário Musk ameaça usar seu poder econômico para barrar reeleição de alguns senadores, segundo a imprensa dos Estados Unidos.
O bilionário Elon Musk teria ameaçado senadores que não apoiaram os candidatos indicados pelo presidente Donald Trump para compor o secretariado do novo governo. Segundo a revista ‘Time’, as ameaças teriam sido reveladas na segunda-feira (20). O processo de indicação de ministros ainda está em andamento e é vigilado de perto por muitos senadores e legisladores.
A ação do bilionário Elon Musk levanta questões sobre a forma como os políticos e as autoridades do Congresso podem se relacionar com figuras influentes da sociedade civil. Os senadores que recusaram os indicados de Donald Trump seriam alvos de uma resposta, o que poderia afetar o equilíbrio do poder no Congresso e nas relações entre os membros do governo e as outras autoridades. Com o aumento da influência dos senadores em decisões políticas, sua relação com figuras poderosas como Elon Musk se torna cada vez mais relevante.
Nomeados por Trump, mais de 50 figuras precisam ser aprovadas pelas legisladoras
Mais de 50 nomes indicados pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para os cargos nos próximos governos precisam ser aprovados pelos senadores. A maioria desses nomes corresponde a secretários, que ocupam cargos semelhantes aos de ministros de Estado no Brasil. Até então, apenas Marco Rubio foi confirmado pelo Senado como secretário de Estado. Os demais indicados ainda estão passando por sabatinas ou aguardam a votação na Casa.
De acordo com a revista Time, o bilionário Elon Musk prometeu usar um Super Comitê de Ação Política para financiar outros candidatos e barrar a reeleição dos senadores que votarem contra os nomes indicados por Trump. Esse comitê é uma estratégia comum nos Estados Unidos, usada para financiar campanhas políticas de representantes.
Pouco mais de um terço do Senado dos EUA será renovado nas eleições de 2026. A maioria dos cargos em disputa está atualmente nas mãos de republicanos. Segundo o periódico, uma fonte próxima a Trump disse que essa é a realidade que todos esses viverão nos próximos anos. Todos acabam entrando na linha no final das contas.
O Partido Republicano, de Trump, ocupa 53 das 100 cadeiras do Senado, o que pode facilitar a aprovação das indicações. No entanto, alguns nomes propostos pelo presidente enfrentam resistências internas. É o caso de Pete Hegseth, indicado para a Defesa. Hegseth foi alvo de uma série de acusações nos últimos meses. Na mais recente, revelada na terça-feira (21), uma ex-cunhada dele afirmou a senadores que o indicado por Trump abusou de sua segunda ex-esposa. Autoridades de segurança também acreditam que ele não seja qualificado para comandar o Pentágono.
Hegseth é um veterano da Guarda Nacional e ganhou fama nos Estados Unidos por ser apresentador de TV. Diante das ameaças de Musk, segundo a revista, uma senadora republicana que havia se mostrado cética em relação à indicação de Hegseth resolveu apoiá-lo publicamente.
O bilionário, dono da Tesla e SpaceX, terá o desafio de analisar os gastos do governo e promover cortes no orçamento. Musk é visto como uma peça importante na vitória de Trump nas eleições de 2024. Segundo a Associated Press, o empresário investiu cerca de US$ 200 milhões na campanha do republicano.
Especialistas e críticos apontam o risco de conflito de interesses na relação de Musk com o governo. Isso porque o empresário terá acesso a dados de agências federais ao mesmo tempo em que suas empresas prestam serviços para o governo.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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