Estudo brasileiro identificou alerta de uso inadequado de fármacos em 71,8% dos casos de internação, com omeprazol sendo um dos medicamentos mais citados como causa de eventos-adversos, problemas-cognitivos e problemas-gastrointestinais em uma parcela da população, elevando o risco de reações adversas no organismo.
O uso de medicamentos pode ser benéfico para o tratamento de várias condições, mas é importante observar o contexto da sua utilização. Medicamentos podem ser usados para aliviar sintomas, mas também podem causar dependência e efeitos colaterais, muitas vezes desconhecidos.
A exposição prolongada a medicamentos pode levar a complicações graves, como a dependência e o desenvolvimento de tolerância. Além disso, o uso de medicamentos pode aumentar o risco de interações adversas, o que pode resultar em efeitos colaterais graves. Por exemplo, o uso de medicamentos como a paracetamol, que pode ser benéfico para aliviar a dor de cabeça, pode se tornar um risco se consumido em excesso. Com o tempo, o organismo pode se tornar resistente a esses medicamentos, tornando-os menos eficazes e aumentando o risco de efeitos colaterais.
Preparando o sistema de saúde para os idosos
Em um cenário epidemiológico em constante evolução, como o brasileiro, onde a parcela da população com mais de 65 anos projetada para 2070 alcançará cerca de 75,3 milhões de pessoas, torna-se essencial um olhar renovado para a gestão dos riscos de medicamentos. O uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos (PIM) é um desafio que requer atenção especial, considerando as particularidades dessa faixa etária. Os idosos apresentam mais doenças concomitantes, necessitam de um maior uso de medicamentos e são mais vulneráveis a eventos-adversos.
Um estudo recente do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, publicado no Journal of the American Medical Directors Association (JAMDA), analisou cerca de 15 mil internações de pessoas com 60 anos ou mais, utilizando um sistema de suporte à decisão clínica. Esse estudo destacou a importância de avaliar os alertas relacionados a PIMs para idosos e sua associação com os riscos clínicos dos pacientes internados. Os resultados apontaram que, em 71,8% das internações, houve pelo menos um alerta de uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. Isso demonstra a necessidade de uma revisão cuidadosa da prescrição de medicamentos para essa parcela da população.
Um dos medicamentos mais citados no estudo foi o omeprazol, comumente associado a problemas gastrointestinais. Contudo, o uso prolongado desse remédio pode estar relacionado ao aumento das chances de manifestar problemas-cognitivos no futuro, provavelmente por interferir na absorção da vitamina B12 no estômago. Além disso, a diminuição da acidez do estômago provocada pelo omeprazol pode aumentar a quantidade e a variedade de bactérias e elevar o risco-organismo de pneumonia por broncoaspiração quando a pessoa tem refluxo.
Também é possível mencionar o ciprofloxacino, um antibiótico prescrito para infecções bacterianas graves ou que não respondem bem a tratamentos convencionais. No entanto, no contexto dos idosos, o uso desse remédio pode aumentar o risco-organismo inesperado de problemas-gastrointestinais.
Fonte: @ Veja Abril
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