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Grupo de estudantes exigiu a saída da primeira-ministra Sheikh Hasina em meio a confrontos mortais no país, contra sistema de cotas em empregos governamentais.
O número de mortos em protestos em Bangladesh aumentou para 300 pessoas neste domingo (4), conforme relatado pela Reuters e pela agência de notícias AFP. O país foi palco de uma onda de protestos e violência que tiveram início no mês passado, quando grupos estudantis exigiram o fim de um controverso sistema de cotas em empregos governamentais. As manifestações evoluíram para uma campanha pela saída da primeira-ministra Sheikh Hasina, que conquistou seu quarto mandato consecutivo em janeiro, em uma eleição boicotada pela oposição.
Estudantes protestando em Bangladesh convocaram uma marcha até a capital, Daca, nesta segunda-feira (5), desafiando o toque de recolher nacional, um dia após confrontos mortais no país do sul da Ásia. Veículos blindados de transporte de pessoal e tropas patrulhavam as ruas da capital nesta segunda-feira, como mostrou a Reuters. A situação continua tensa, com os manifestantes determinados a fazer ouvir suas vozes em meio à crescente violência e repressão do governo.
Protestos e Confrontos em Bangladesh: Violência e Toque de Recolher
Havia pouco tráfego civil, exceto algumas motocicletas e táxis de três rodas. Ao menos 91 morrem em confrontos em protestos em Bangladesh; toque de recolher é imposto Chanceleres do G7 pedem esforços para evitar escalada de conflito no Oriente Médio ‘Novo capítulo’ na guerra contra Rússia: Zelensky confirma chegada de caças F-16 na Ucrânia Outras centenas de pessoas ficaram feridas no domingo em uma onda de violência pelo país de 170 milhões de pessoas enquanto a polícia disparava gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar dezenas de milhares de manifestantes. Grupos de estudantes exigiram justiça e buscaram uma saída para a crise. A partir da noite de domingo, um toque de recolher nacional foi imposto, as ferrovias suspenderam os serviços e a enorme indústria de vestuário do país fechou. O número de mortos no domingo, que incluiu pelo menos 13 policiais, foi o maior em um único dia de protestos na história recente de Bangladesh, superando as 67 mortes relatadas em 19 de julho, quando estudantes foram às ruas contra as cotas. Manifestantes agitam bandeiras nacionais enquanto estão de pé sobre a ponte pedonal em Shahbagh durante um protesto em Dhaka, Bangladesh, em 4 de agosto de 2024, para exigir justiça para as vítimas presas e mortas na recente violência nacional durante os protestos anticotas / Zabed Hasnain Chowdhury/NurPhoto via Getty Images No mês passado, pelo menos 150 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas na violência desencadeada por grupos de estudantes que protestavam contra cotas para empregos no governo. O governo declarou toque de recolher nacional por tempo indeterminado e também anunciou um feriado geral de três dias a partir desta segunda-feira. ‘O governo matou muitos estudantes. Chegou a hora da resposta final’, disse o coordenador do protesto Asif Mahmud em uma declaração no Facebook no domingo à noite. ‘Todos virão para Daca, especialmente dos distritos vizinhos. Venham para Daca e tomem posição nas ruas.’ Outro líder estudantil, M. Zubair, disse à Reuters: ‘Ninguém pode nos impedir de marchar hoje. Se os enfrentarmos uma vez, libertaremos Bangladesh. E eu quero dizer aos meus irmãos das forças armadas para não se alinharem com o autocrata [Sheikh Hasina]. Ou vocês estão com o povo, ou permanecem neutros’. O exército de Bangladesh pediu que todos obedecessem às regras do toque de recolher. ‘O exército de Bangladesh cumprirá o dever prometido de acordo com a constituição de Bangladesh e as leis existentes no país’, disse o exército em um comunicado na noite de domingo. Guardas armados e veículo blindado em Bangladesh para reprimir a presença de manifestantes nas ruas, um dia após o número de mortos em protestos contra o governo subir para 300 / Reuters ‘Nesse sentido, solicita-se que as pessoas cumpram o toque de recolher e também cooperem totalmente para esse fim’, disse, acrescentando que o toque de recolher foi imposto para garantir a segurança das vidas das pessoas, de suas propriedades e de importantes estabelecimentos estatais. Violência em todo o país No fim de semana, houve mais confrontos mortais país; grupos de manifestantes continuaram a exigir mudanças no sistema de cotas em empregos e a campanha por uma saída pacífica intensificou-se. A primeira-ministra Sheikh Hasina enfrentou críticas por sua resposta aos protestos, enquanto os confrontos entre manifestantes e forças de segurança se intensificaram. A situação permanece tensa, com a violência se espalhando para várias cidades do país. Os protestos continuam a desafiar a autoridade do governo e a exigir mudanças significativas no sistema político. As autoridades estão sob pressão para encontrar uma solução para a crise, enquanto os confrontos persistem em várias regiões. A população está dividida entre apoiar ou condenar os manifestantes, e a incerteza sobre o futuro do país aumenta a tensão. Os próximos dias serão decisivos para o desfecho dos protestos e para o destino político de Bangladesh. A comunidade internacional está atenta à situação e pede um fim imediato à violência e uma solução pacífica para a crise.
Fonte: @ CNN Brasil
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