Riscos na internet e crimes digitais afetam a vida online dos jovens nas redes sociais.
A privacidade dos adolescentes é um tema cada vez mais relevante na era digital, e a série Adolescência aborda esse assunto de forma crítica. A juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio, afirma que o enredo não a surpreendeu, pois retrata uma realidade que muitos desconhecem ou ignoram: os riscos a que adolescentes estão expostos na internet, onde a privacidade é constantemente ameaçada. Isso é um desafio para os jovens que precisam aprender a navegar nesse mundo virtual.
A série Adolescência também destaca a importância do sigilo e da confidencialidade na proteção dos dados pessoais dos adolescentes. Além disso, a intimidade e a segurança são fundamentais para garantir que os jovens possam se expressar livremente online sem medo de represálias. A juíza Vanessa Cavalieri destaca que a série aproxima o telespectador da história ao apresentar um protagonista comum, que enfrenta desafios e riscos reais na internet, onde a privacidade é um direito que deve ser protegido. É um alerta importante para os pais e responsáveis, que devem estar atentos à segurança online dos seus filhos.
Privacidade e Segurança na Era Digital
A magistrada Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, afirma que é um erro interpretar monitoramento como invasão de privacidade. Ela destaca a importância da privacidade e da segurança, especialmente em relação aos riscos na internet, onde os adolescentes estão expostos a diversas ameaças. A série ‘Adolescência’ retrata a história de um menino de 13 anos acusado de matar uma colega de escola, o que provocou debates nas redes sociais e mobilizou reportagens. No entanto, para Cavalieri, a série não surpreendeu, pois trata de algo que ela vê e fala há anos, enfatizando a necessidade de proteger a privacidade e a confidencialidade dos jovens.
A produção se tornou um sucesso de audiência e impactou o público por expor uma realidade que muitos desconhecem ou ignoram: os riscos a que adolescentes estão expostos na internet, onde a sigilo e a intimidade são frequentemente violadas. Muitas famílias acham que, se o filho está em casa, mexendo no celular ou no computador em seu quarto, ele está seguro, mas isso não é necessariamente verdade, pois a segurança e a privacidade estão constantemente ameaçadas. A magistrada destaca que a série aproxima o telespectador da história ao apresentar um protagonista comum, que poderia ser colega dos nossos filhos na escola, frequentar o mesmo clube, morar no nosso condomínio, o que choca, porque nos faz perceber que uma tragédia assim pode estar perto de nós, violando nossa privacidade e segurança.
Infrações e Crimes Digitais
Há dez anos à frente da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Rio, Cavalieri observa que o perfil dos adolescentes envolvidos em infrações mudou. Antes, eram jovens em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica, envolvidos em crimes como tráfico de drogas e roubos. Mas, desde 2019, temos um novo grupo: adolescentes de classe média e alta, alunos de escolas particulares, que praticam crimes digitais e planejam ataques em escolas, violando a privacidade e a confidencialidade. No ambiente digital, ela afirma ter observado um aumento dos crimes de ódio ou cometidos em comunidades de ódio, e a grande maioria dos envolvidos são meninos, que frequentemente violam a sigilo e a intimidade das vítimas.
A magistrada destaca que a maioria dos casos registrados na cidade envolvem garotos, cerca de 90% dos casos, o que vale para qualquer classe social e tanto para crimes digitais quanto presenciais, onde a privacidade e a segurança são constantemente ameaçadas. No entanto, ela também observa que as meninas são mais propensas a participar de comunidades de automutilação e suicídio, principalmente em plataformas como o Discord, onde a privacidade e a confidencialidade são frequentemente violadas. Por outro lado, notamos um aumento da misoginia, homofobia e supremacia branca, incluindo ideologias neonazistas, e, nesses casos, os envolvidos são quase exclusivamente meninos, que violam a privacidade e a segurança das vítimas. No Brasil, não houve ataques em escolas praticados por meninas, por exemplo; todos foram planejados ou executados por meninos, o que destaca a importância de proteger a privacidade e a segurança dos jovens.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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