A ação de lavagem de dinheiro criminosa envolvendo a compra de carros ilegal aumenta a crise na força policiais de São Paulo, já sacudida por violência policial e achaques contra integrantes do Primeiro Comando da Capital.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), da Polícia Federal, deflagrou nesta quinta, 12, a Operação Latus Actio II, que prendeu um investigador, fez buscas na casas de um delegado e de outro investigador da Polícia Civil e atingiu artistas e influenciadores digitais – entre eles os MCs Brisola, GHdo 7 e Paiva, acusados de participar de um esquema de propina que envolvia o pagamento de dinheiro para facilitar a abertura de jogos de azar.
A operação foi realizada após uma investigação de 2 anos, que apontou a existência de uma rede de crime organizado que envolvia policiais civis, investigadores da Polícia Federal e influenciadores digitais que promoviam os jogos de azar no Instagram e Facebook. A polícia também descobriu que os artistas e influenciadores estavam recebendo dinheiro para promover os jogos de azar e excluindo as autoridades e a sociedade de tomar medidas para reprimir o crime. Além disso, a polícia também encontrou provas de que os artistas e influenciadores estavam envolvidos em violações de direitos humanos e extorsões contra pessoas que não aceitavam pagar propina.
Operações cruzadas: propina, crime organizado e violência policial
A escalada de denúncias de propina entre policiais civis e criminosos no Estado de São Paulo continua. As investigações federais apontam que os MCs (Membros da Comissão) pagavam propinas de R$ 20 mil a R$ 100 mil a policiais civis para que eles não investigassem as rifas ilegais promovidas nas redes sociais. Essas rifas, proibidas pelo Ministério da Fazenda, eram um jogo de azar ilegal, o que vale dizer que somente o sorteio de entidades beneficentes foi autorizado pela Lei 5.768/1971.
Os policiais civis também enviam relatórios de investigação confidenciais para proteger os criminosos. Esse é um crime organizado que envolve a violência policial. A força da lei está sendo usada para proteger os criminosos em troca de dinheiro. Isso é uma corrupção ativa e passiva que envolve a lavagem de dinheiro e a exploração de jogos de azar.
De acordo com a Promotoria, o policial civil Rato foi o alvo principal da Operação Latus Actio II. Ele era o chefe do 6.º DP de Santo André e era o articulador da corrupção passiva para proteger os envolvidos nos crimes de contravenção penal e lavagem de dinheiro. Ele foi preso ontem. Quatro promotores subscrevem manifestação do Ministério Público apoiando os pedidos da PF na Operação Latus Actio II. Eles são integrantes do Gaeco, o Grupo de Combate ao Crime Organizado.
Os diálogos que levaram à abertura da ofensiva foram recuperados durante a primeira fase da Operação Latus Actio, em março. Como mostrou o Estadão, no celular de um dos investigados – o empresário Vitor Hugo – foi encontrado um diálogo onde um dos criminosos pagou R$ 50 mil a um policial civil para que ele não investigasse a lavagem de dinheiro do PCC.
O delegado Alexandre Custódio Neto, diretor da FICCO, obteve ainda na Justiça o afastamento da função pública de Rato e dos outros dois policiais investigados: Espanhol e o delegado Gilmar Camargo Bessa, que os chefiava.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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