Cursos de ensino à distância enfrentam pressões para fugir do dinheiro para apostas esportivas online de uso abusivo.
O mercado de apostas no Brasil vem crescendo vertiginosamente, com um público cada vez mais diversificado. De acordo com a consultoria PwC, o setor deve movimentar cerca de R$ 90 bilhões a R$ 130 bilhões até o final do ano.
Os sites de apostas esportivas têm se tornado uma opção popular entre os brasileiros, oferecendo aos usuários a possibilidade de participar de jogos de azar de forma segura e legal. Além disso, a proposta de jogos de apostas como opções de entretenimento oferece aos usuários uma variedade de experiências, tornando-se uma opção cada vez mais atraente para o público. Com isso, é provável que o mercado de apostas continue a crescer em 2024.
Análise Técnica Revela Gastos Sustanciais com Apostas Virtuais
Recentemente, uma análise técnica realizada pelo Banco Central (BC) mostrou que os beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões, via pix, para empresas de apostas esportivas. No entanto, o interesse em apostas não se limita aos mais vulneráveis. Uma pesquisa mostrou que mais de 70% dos universitários com idade média de 21 anos apostam regularmente no país, o que é um número alarmante.
Entre aqueles que relataram participar de apostas como forma de entretenimento ou em busca de potencial ganho financeiro, 42% enfrentam dificuldades financeiras. As informações são de um estudo que analisou os hábitos de mais de 800 universitários em todo o país. A pesquisa, intitulada ‘Diversão ou Armadilha?Um estudo exploratório das Apostas Esportivas entre Universitários Brasileiros’, revelou que cerca de 81% dos universitários entrevistados já participaram de alguma forma de aposta esportiva.
O estudo identificou que, enquanto os apostadores recreativos demonstram mais controle e encaram o jogo como uma atividade social, os apostadores problemáticos apresentam maior vulnerabilidade, a experimentar comportamentos impulsivos e vício. Os jogadores problemáticos têm um forte desejo de ganhar dinheiro e consideram o jogo uma atividade geradora de renda.
Prática de Apostas em Universidades
Um dos principais motivadores para os jovens é o prazer associado ao jogo, além da percepção de que a prática é uma forma de socialização. Além disso, para aqueles com problemas de jogo mais severos, as influências de amigos e familiares se destacam como os principais fatores de encorajamento, segundo Ahmed El Khatib, da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).
O envolvimento de estudantes com apostas esportivas não se restringe ao Brasil. A publicação ressalta que uma meta-análise recente, baseada em 72 estudos conduzidos entre 1987 e 2016 com 41.989 estudantes universitários em todo o mundo, revelou que 6,13% dos estudantes pesquisados eram prováveis jogadores patológicos, enquanto 10,23% eram jogadores problemáticos.
Consequências do Vício em Jogos de Azar
O vício em jogos de azar é uma doença classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a ludopatia, condição médica caracterizada pelo desejo incontrolável de continuar jogando. A doença está prevista na Classificação Internacional de Doenças (CID): 10-Z72.6 (mania de jogo e apostas) e 10-F63.0 (jogo patológico).
Conforme a pesquisa, pessoas com problemas com jogo geralmente começam a se envolver com a prática na faixa dos 20 anos, o que persiste por cerca de 10 anos. Enquanto aqueles com jogo patológico são propensos a apostar em esportes com mais frequência do que em qualquer outro tipo de atividade de jogo. O uso abusivo de sites de apostas esportivas é uma das principais causas do vício em jogos de azar.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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