Negros e negras proeminentes na história brasileira são deixados de lado nas aulas de história. Conheça os quilombos, comunidades que resistiram à escravidão, e os bandeirantes que os perseguiram.
Segundo o antropólogo Kabengele Munanga, a história dos negros no Brasil é marcada por uma espécie de ‘esquecimento’ do passado, presente e futuro, ‘apagando-se tudo o que não seja a escravidão’. Nesse contexto, o período da escravidão se torna a origem de tudo, e os períodos anteriores e posteriores são deixados de lado.
O Brasil é um país com uma rica história que ainda não foi plenamente explorada. O passado da escravidão é uma parte importante dessa história, mas não é a única. A história dos negros no Brasil também inclui o presente, com os muitos conflitos sociais e econômicos que enfrentam. E, claro, também inclui o futuro, com as lutas para garantir os direitos e oportunidades para uma vida melhor.
Um olhar sobre o passado
A história de Zumbi dos Palmares, escravo que liderou um quilombo em Alagoas no século 17, é marcada por mistérios e lendas. Considerado o maior herói do movimento negro brasileiro, Zumbi teria sido assassinado em 20 de novembro de 1695, data que só foi descoberta em 1970 e só incluída no calendário escolar em 2003. No entanto, a reclamação de ativistas é constante: negros e negras proeminentes na história brasileira continuam sendo deixados de lado nas aulas de história. Vamos conhecer alguns deles.
Liderança e resistência
Zumbi dos Palmares foi capturado por bandeirantes ainda bebê e entregue ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo, região do Rio São Francisco. Ele foi batizado pelo padre com o nome de Francisco, mas a data exata de seu nascimento não é conhecida. Com 15 anos, Zumbi conseguiu fugir para o Quilombo dos Palmares, atual região de Alagoas, onde adotou o nome de Zumbi, que significa ‘espectro, fantasma ou deus’ no idioma quimbundo. O Quilombo dos Palmares foi o maior das Américas, abrigando cerca de 20 mil habitantes em 11 povoados.
Conquista e luta contra a escravidão
Zumbi liderou a luta contra a escravidão e reuniu não apenas muitos negros que fugiam das senzalas, mas também indígenas e brancos insatisfeitos com o regime escravista. Mesmo carente de armas, o Quilombo dos Palmares tinha uma eficiente organização militar. A comunidade resistiu a 15 expedições oficiais da Coroa. Na décima sexta expedição, depois de 22 dias de luta, Zumbi foi capturado, morto e esquartejado por bandeirantes. Sua cabeça foi enviada para o Recife, onde ficou exposta em praça pública até se decompor.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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