Mulheres investem com cautela, grupos difundem informação sobre redes sociais e independência financeira
A disparidade de gênero na renda variável ainda é um tema relevante, com investimentos sendo uma das principais áreas onde essa diferença é notada. De acordo com estudos, homens representam uma parcela significativa dos investidores, enquanto mulheres ainda enfrentam barreiras para ingressar nesse mercado. Isso se reflete nos investimentos feitos na bolsa brasileira, a B3, onde a presença feminina é menor em comparação com a masculina.
No entanto, é importante destacar que as finanças e os investimentos estão se tornando cada vez mais acessíveis às investidoras, que começam a se destacar nesse mercado. Com a ajuda de investidores experientes e a criação de programas de educação financeira, as mulheres estão começando a fechar a lacuna de gênero nos investimentos. Além disso, a igualdade de gênero é um fator importante para o crescimento econômico e a estabilidade das finanças, e os investimentos feitos por mulheres podem trazer uma perspectiva única e inovadora para o mercado. É fundamental que as mulheres tenham mais oportunidades de se envolver nos investimentos e nas finanças, e é essencial que os investidores e as investidoras trabalhem juntos para criar um mercado mais inclusivo e diversificado.
Introdução aos Investimentos
No contexto atual, as comunidades de finanças nas redes sociais têm desempenhado um papel fundamental na redução da disparidade entre homens e mulheres em relação aos investimentos, incentivando as mulheres a se tornarem investidoras por meio de um espaço para troca de conhecimentos. Um exemplo notável é o projeto ‘Invista como uma garota’, criado em 2018 por Victoria Giroto, contadora, e sua colega. Inicialmente, o projeto consistia em rodas de conversa sobre investimentos, que mais tarde se transformou em um clube do livro online em 2021 e, posteriormente, deu origem ao podcast ‘Talvez você deva falar sobre dinheiro’ em 2023, com foco na independência financeira, apresentado por Victoria Giroto e Carol Frigério, administradora e planejadora financeira.
A criação desses espaços de discussão sobre investimentos permitiu que as mulheres se sentissem mais confortáveis em compartilhar suas dúvidas e experiências, desde questões básicas sobre tesouro direto até comportamentos financeiros, como a dificuldade em economizar e o gasto impulsivo. Essas conversas demonstraram que, embora o assunto possa parecer espinhoso, as mulheres estão ansiosas para discutir e aprender sobre investimentos em um ambiente acolhedor.
Comunidades de Investimentos
Outro exemplo de comunidade que segue essa linha é o grupo ‘Investimentos das Minas’, criado há cinco anos, que formou uma rede de apoio exclusiva para mulheres de todo o país, permitindo que elas tirem dúvidas, desabafem sobre suas situações financeiras e discutam sobre investimentos sem medo. Com mais de 21 mil membros no Facebook e mais de 200 participantes no grupo do WhatsApp ‘Manas Investem’, essa comunidade tem sido fundamental para o empoderamento das mulheres em relação aos investimentos.
A ideia do grupo ‘Investimentos das Minas’ surgiu quando Caroline Humphreys, advogada, fundou um grupo no Facebook sobre mulheres que investem, onde conheceu Nahra Borges, gestora pública. Humphreys havia perdido o acesso a um grupo de finanças que administrava e, ao ser oferecida a oportunidade de liderar um novo projeto, aceitou e criou o primeiro grupo com o objetivo de entender melhor sobre investimentos, após experiências negativas em outros grupos.
Educando Investidoras
A criação desses grupos e comunidades tem sido essencial para educar as mulheres sobre investimentos, proteção patrimonial e direitos das mulheres em relação aos investimentos. Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, destaca que o número de mulheres na bolsa não reflete uma questão de ‘não gostar de tomar risco’, mas sim de ‘entender melhor os investimentos’. Portanto, as comunidades e grupos acabam ajudando a empoderar novas investidoras, criando um espaço para partilha de experiência e conhecimento sobre investimentos, o que é fundamental para o crescimento das finanças e dos investidores.
Esses espaços de discussão permitem que as mulheres sejam mais independentes em suas decisões financeiras, o que é essencial para a independência financeira e a proteção patrimonial. Além disso, as comunidades de investimentos têm sido fundamentais para o empoderamento das mulheres, permitindo que elas se tornem investidoras mais confiantes e informadas, o que é essencial para o crescimento dos investimentos e das finanças.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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