Brasil prevê expansão de 3,5% em 2024, mas pacote decepcionou, projetando revisão do PIB e alta dos juros e da inflação em cenário de pressão inflacionária.
É comum ouvir falar sobre crescimento nos últimos tempos, mas o que muitas pessoas não sabem é que ele é fundamental para o desenvolvimento de uma economia. E é exatamente isso que o governo brasileiro está tentando alcançar com suas medidas fiscais. Com essas ações, o objetivo é estimular a crescimento da atividade econômica e, consequentemente, melhorar a vida dos brasileiros.
Um dos indicadores mais importantes para medir o sucesso dessas ações é o Produto Interno Bruto (PIB), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado regularmente. Uma das datas mais aguardadas é o anúncio do PIB do terceiro trimestre, que deve sair no início de dezembro. Esse resultado não só retrata o passado, mas também pode ter um impacto significativo no futuro e, quem sabe, atender às expectativas do governo em relação ao crescimento econômico.
Estabilidade da dívida pública: um desafio para o crescimento
A expectativa de sustentabilidade fiscal e estabilidade da dívida pública, contagiada pelo pacote de medidas fiscal que não trouxe uma solução sustentável, não pode ser ignorada. O desempenho do Banco Central, que viu o dólar e o juro atingir marcas históricas, será um dos principais fatores a afetar a vida da economia. Se as projeções de analistas se confirmarem, o PIB trimestral será favorável ao crescimento de 2025, graças à herança estatística. Isso é uma boa notícia, mas a má notícia é que a expansão da atividade no cenário de pressão inflacionária contratará mais aperto monetário e desaceleração da atividade, o que não é benéfico para o crescimento.
A economia não despencará, mas o freio é claro. O governo precisará encarar esse novo tempo, após observar taxas de crescimento surpreendentemente positivas nos últimos trimestres, apesar do juro alto e do risco crescente de inflação corroer a popularidade do presidente Lula. A isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil terá uma repercussão rápida, mas será suficiente para conter danos? Até algumas semanas atrás, as previsões para o PIB do terceiro trimestre oscilavam entre 0,4% e 0,6% ante o segundo, mas mais recentemente, elas quase dobraram para algo entre 0,8% e 1%.
A expansão da economia de julho a setembro produzirá um efeito estatístico de 3% para o PIB de 2024, informa Rodolfo Margato, especialista em atividade da XP, que prevê expansão de 0,9% para o terceiro trimestre e de 4,1% na comparação com igual período de 2023. Ele explica que se a economia crescer zero no quarto trimestre, o que é improvável, o avanço de 3% já está garantido neste ano. Ampliando a projeção de PIB zero a cada trimestre de 2025, desempenho novamente improvável, a economia também estará crescendo. Pelo menos 0,9%.
O resultado do terceiro trimestre será de atividade sólida, com expansão da demanda doméstica e sinais positivos em praticamente todos os setores, avalia. Ao NeoFeed, Margato observou que, em se confirmando o prognóstico trimestral, é certo que o carregamento estatístico deste ano vai reverberar no próximo. Não à toa, a XP elevou sua estimativa de expansão do PIB deste ano de 3,1% para 3,4% e, para 2025, de 1,8% para 2%. Levantamento baseado em relatórios divulgados por 13 instituições aponta alta do PIB entre 2,8% e 3,5% em 2024 e, de 1,7% a 2,5%, em 2025.
A projeção mais elevada para este ano (3,5%) é bancada pelo Bradesco e Genial Investimentos, enquanto para 2025 (2,5%) é da Genial, seguido pelo Bradesco (2,4%). Tanto os relatórios quanto a apuração da Coluna foram feitos antes da apresentação das medidas fiscais na quarta-feira, 27 de novembro. Portanto, antes do anúncio da isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.
Fonte: @ NEO FEED
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