Ministro prevê retrocesso democrático no país em 2022 e denuncia tentativa de golpe ao Estado de Direito com ações ilícitas e ataques ao STF e instituições republicanas.
O ministro enfatizou que o Brasil não pode ser vítima de golpismo, uma vez que o país tem uma Constituição robusta, com uma estrutura jurídica sólida, e uma sociedade madura.
Luís Roberto Barroso enfatizou que o Brasil não pode ser vítima de golpismo, uma vez que o país tem uma Constituição robusta, com uma estrutura jurídica sólida, e uma sociedade madura. Segundo ele, o Brasil tem todas as condições para evitar golpes de estado, como o que ocorreu em 1964, e que poderia ser tentado, agora, em uma possível segunda tentativa de golpe, que, agora, teria como objetivo o golpismo que pretende tirar a eleição do Brasil.
Golpismo com cara de deboche
Nós amanhecemos hoje com notícias desalentadoras sobre uma possível tentativa de golpe que teria ocorrido no Brasil após as últimas eleições presidenciais, e que parece estar cada vez mais relacionada a um clima de golpismo. O ministro responsável pelas investigações destacou que as investigações estão em andamento, conduzidas pela Polícia Federal, e que é necessário aguardar o desenrolar das apurações, mas que ‘tudo sugere que estivemos mais próximos do que imaginávamos do inimaginável’ em termos de um golpe de estado. Barroso enfatizou que as ações relatadas não têm relação com ideologia ou divergências políticas, mas com atitudes contrárias à democracia e ao Estado de Direito. ‘O golpismo, o atentado contra as instituições e contra os agentes públicos que as integram nada tem a ver com ideologia ou com opções políticas. É apenas a expressão de um sentimento antidemocrático e de desrespeito ao Estado de direito.Nós estamos falando de crimes previstos no Código Penal.’
Tentativa de golpe e ataques ao STF
O ministro classificou os eventos como ‘uma desonra para o país’ e reforçou a importância do funcionamento das instituições republicanas para evitar retrocessos democráticos. ‘Felizmente, o país já superou os ciclos do atraso.Mas é preciso empurrar para a margem da história comportamentos como esses que estão sendo noticiados pela imprensa e que são uma desonra para o país. Um alento é saber que as instituições republicanas estão funcionando e harmoniosamente.Como deve ser em uma democracia.’ Barroso também elogiou o papel da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República na condução das investigações e destacou que o Poder Judiciário atuará conforme a Constituição. Ao encerrar sua declaração, o presidente do STF lamentou a possibilidade de o país ter estado tão próximo de um retrocesso democrático.’É um retrocesso imenso saber que nós estivemos perto de alguma coisa como essa. Felizmente, nós já superamos os ciclos do atraso, dessas quarteladas e dessa visão antidemocrática de que ‘eu não suporto que alguém que pense diferente de mim tenha sido eleito’.’
Golpe de estado e plano de ações ilícitas
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 19, a Operação Contragolpe, visando desarticular organização criminosa que teria planejado golpe de Estado em 2022, incluindo o homicídio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin, além de ataques ao STF.Cinco pessoas foram presas com autorização do ministro Alexandre de Moraes, incluindo quatro militares das forças especiais do Exército e um policial Federal. Os militares, conhecidos como ‘kids pretos’, possuem formação técnica avançada, utilizada para planejar as ações ilícitas em novembro e dezembro de 2022.O plano, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, seria executado em 15/12/2022, e incluía a prisão e execução de um ministro do STF, supostamente Alexandre de Moraes, caso o golpe fosse consumado. As prisões ocorreram em várias cidades brasileiras.
Fonte: © Migalhas
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