Vírus gera surto na República Democrática do Congo com nova variante da ‘varíola dos macacos’, alta infecção e importância pública.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou hoje, 14, que a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) foi declarada devido à mpox, uma zoonose viral também conhecida como varíola dos macacos e monkeypox.
A mpox, doença que afeta principalmente macacos, tem despertado preocupações de saúde global. A propagação da monkeypox tem levado a um aumento nos casos em várias regiões, exigindo uma resposta urgente das autoridades de saúde.
Monkeypox: Emergência Global e Nova Variante
O status mais alto atribuído a uma doença em circulação no mundo voltou a ser acionado devido ao aumento de casos da infecção altamente contagiosa que tem se espalhado rapidamente na República Democrática do Congo e em outros quatro países africanos após o surgimento de uma nova variante. A declaração de emergência global pela doença, que provoca erupções na pele e pode ser fatal, foi feita pela primeira vez em 2022 e encerrada em maio do ano passado, quando o surto foi controlado e o vírus não apresentou mudanças nos sintomas ou na gravidade dos casos.
Durante uma reunião, o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) recomendou ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o encerramento da emergência, apresentando dados sobre a doença e informações sobre a nova cepa. No surto em andamento desde o início deste ano na República Democrática do Congo, foram registrados mais de 14.000 casos e 524 mortes pela infecção. A OMS identificou 90 casos do subtipo 1b do vírus em quatro países vizinhos que não tinham histórico da doença: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.
Ghebreyesus descreveu a situação, destacando que não se trata de um surto de um único clado, mas sim de vários surtos de diferentes clados em diferentes países, com distintos modos de transmissão e níveis de risco. No Brasil, a propagação da monkeypox está sendo monitorada e medidas preventivas estão sendo discutidas em um evento realizado nesta terça-feira, 13, para lidar com um possível aumento de casos no país.
Segundo Márcio Garcia, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Demsp), o Brasil está adotando medidas de precaução e está atento a qualquer mudança no cenário. O Ministério da saúde registrou 709 casos da doença no país neste ano e mais de 10.000 em 2023. Desde 2022, foram confirmados 16 óbitos, o último em abril do ano passado.
Descoberta em 1958, a monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, foi observada pela primeira vez em primatas usados em pesquisas. A doença é transmitida principalmente entre roedores, e os humanos podem se infectar por meio do consumo de carne contaminada, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, linfonodos inchados, calafrios e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham para outras partes do corpo, especialmente mãos e pés. A monkeypox é endêmica em países da África central e ocidental, como a República Democrática do Congo e a Nigéria.
Análises iniciais dos primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte em 2022 revelaram que o vírus foi identificado em serviços de saúde primária ou sexual, com predominância de casos em homens que têm relações sexuais com homens. A OMS alertou sobre a importância pública da monkeypox e a necessidade de vigilância contínua para conter a propagação da doença.
Fonte: @ Veja Abril
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