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Três jovens mexicanos valorizam a autoestima e oportunidades empreendedoras, questionando o mito do sonho-americano. Migration faz menos sentido para eles.
‘Tomara que pudéssemos ter mais autoconfiança, reconhecer mais as chances de migração e desmistificar o sonho europeu.’ Os brasileiros Maria Silva, João Santos e Ana Oliveira compartilham a mesma aspiração, ao relatarem suas experiências para a BBC News Brasil.
Em meio ao cenário de movimento global, é essencial refletir sobre as diferentes perspectivas em relação à migração. A busca por novas oportunidades e a vontade de explorar novos horizontes são aspectos fundamentais nesse contexto.
Migração e Oportunidades: Novos Rumos para os Mexicanos
Cruz, um indivíduo jovem e dinâmico da Cidade do México, destaca-se por sua série de empreendimentos bem-sucedidos. Palacios, por sua vez, é um migrante que retornou dos Estados Unidos e, ao regressar, optou por estabelecer uma franquia de lanchonetes de tortilhas, o que lhe proporcionou lucros significativos para contribuir com a formatura de seus filhos no Texas. Enquanto isso, Máximo, um trabalhador esforçado e humilde de Veracruz, localizado no litoral mexicano, encontra-se em vias de adquirir um apartamento na capital do país. Embora suas trajetórias sejam distintas, há um ponto em comum entre eles: todos tiveram a oportunidade de se estabelecer nos Estados Unidos, mas optaram por não fazê-lo. Para esses indivíduos, a migração está perdendo cada vez mais o apelo.
‘Autoestima e Valorizamos: Repensando a Migração’
Palacios, expressando-se em Sierra Gorda, uma reserva da biosfera nos Estados mexicanos de Querétaro e San Luis Potosí, destaca: ‘Temos uma moeda forte, inúmeras oportunidades de crescimento e o carinho especial da terra.’ Cruz, Palacios e Máximo integram um contingente crescente de mexicanos que estão reconsiderando a viabilidade da migração. Essa tendência desperta interesse em um país cujos habitantes têm buscado oportunidades no vizinho poderoso ao norte da fronteira.
Em um estudo realizado em 2023 pelo Laboratório do Projeto de Opinião Pública da América Latina (Lapop), foi constatado que o México é a nação com a menor intenção de migração em toda a região. Nos últimos cinco anos, os números têm diminuído. Em 2018 e 2019, 19% dos entrevistados planejavam emigrar, enquanto em 2023, apenas 14% mantiveram essa intenção.
‘Deslocamento e Sonho-Americano: Tendências de Migração na América Latina’
Essa tendência contrasta com a maioria dos países da região, nos quais a intenção de emigração aumentou no mesmo período, especialmente na Nicarágua, no Peru e no Equador. Segundo a Organização Internacional para as Migrações das Nações Unidas (OIM), a migração mexicana diminuiu 10% entre 2010 e 2020, passando de 12,4 milhões de emigrantes registrados em 2010 para 11,1 milhões em 2020.
‘A Mudança de Paradigma na Migração Mexicana’
‘Ainda há uma parcela significativa de mexicanos que continuam emigrando, principalmente para os Estados Unidos, mas é evidente que a migração está passando por transformações, e a estabilidade econômica e o fortalecimento do peso mexicano podem ser fatores que influenciam essa tendência’, afirmou Ariel Ruiz Soto, do Instituto de Política de Migração dos Estados Unidos, à BBC News Mundo.
‘Sucesso e Mitos: A Nova Face da Migração Mexicana’
O México vive um período de estabilidade econômica e prosperidade, atraindo nômades digitais, multinacionais e empreendedores estrangeiros, além de mexicanos que retornam após períodos no exterior. Vicente Cruz, um dos fundadores da agência de marketing digital Papel Maché, destaca: ‘A mentalidade mudou consideravelmente, e um cenário empreendedor emocionante está em ascensão.’
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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