Trabalho premiado em congressos, elaborado por UFF e UFRGS, aborda Análise em Mecânica dos Fluidos na Engenharia Agrícola, relacionada a Recursos Hídricos.
A Lagoa dos Patos é um ecossistema frágil e complexo, e a abertura de um novo canal pode ter consequências imprevisíveis. A proposta de criar um novo canal na Lagoa dos Patos é uma solução que tem sido discutida como forma de evitar novas enchentes no Rio Grande do Sul, mas ela também pode ter impactos negativos significativos no meio ambiente.
No entanto, é importante considerar que a Lagoa dos Patos é um sistema conectado ao Rio Guaíba, e qualquer alteração pode ter efeitos em cascata. Além disso, a região é conhecida por sua beleza natural e biodiversidade, e a abertura de um novo canal pode comprometer a integridade desse ecossistema. A preservação da Lagoa dos Patos é fundamental para manter o equilíbrio ambiental da região. É necessário um estudo mais aprofundado e uma discussão mais ampla sobre as consequências de tal medida antes de tomar qualquer decisão.
A Lagoa dos Patos e a Questão das Cheias no Rio Grande do Sul
Passados mais de três meses desde o auge das cheias que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, uma pesquisa realizada pelo Departamento de Engenharia Agrícola e Meio Ambiente da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-UFRGS), foi premiada por reforçar que a ideia de construir um novo canal de maré na Lagoa dos Patos para atenuar as cheias no Rio Guaíba é cara, causaria danos ambientais relevantes e prejudicaria comunidades do entorno.
O estudo, intitulado ‘Análise de Abertura de Novo Canal de Maré na Lagoa dos Patos para Atenuação de Cheias no Rio Guaíba, RS’, foi premiado nos congressos II Simpósio Nacional de Mecânica dos Fluidos e Hidráulica (II FLUHIDROS) e XVI Encontro Nacional de Engenharia de Sedimentos (XVI ENES), promovidos pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro).
Impactos Ambientais e Econômicos
O responsável por liderar o grupo, Rodrigo Amado, destaca que a ideia de construir um canal de maré na Lagoa dos Patos foi amplamente discutida entre tomadores de decisão de diferentes níveis, mas sem estudos associados. ‘Seria um canal muito extenso, com uma extensão mínima de 20 quilômetros, com uma largura muito grande também e sem nenhum estudo associado, então ninguém sabia se realmente iria funcionar’, disse.
Amado também lembra que as enchentes que ocorreram em Porto Alegre e no estado do Rio Grande do Sul em maio foram o maior evento desse tipo registrado na história. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em julho, ao menos 876,2 mil pessoas e 420,1 mil domicílios foram atingidos diretamente pelas enchentes.
O professor também destaca que o principal argumento levantado contra a construção do canal foram os impactos ambientais. ‘A Lagoa dos Patos tem na parte norte água doce e na parte sul água salgada. Com a construção do canal, a água da lagoa seria salinizada, e esse é um impacto ambiental importante’, explica.
Além disso, o pesquisador também ressalta os efeitos na economia local, já que a água do lago é muito utilizada na irrigação das plantações de arroz em torno do corpo hídrico.
A Questão da Eficiência do Canal
Entretanto, uma questão que Amado afirma ser ainda mais importante é, ‘se construído o canal, ele vai funcionar ou não?’. Essa é a pergunta central analisada pelo estudo, que conclui que o canal não seria a melhor solução. ‘A obra seria muito cara e muito complexa, porque é um canal muito longo. Teria que ter proteção na entrada, para que não assoreasse pela ação das ondas do mar’, explica.
Fonte: @ Agencia Brasil
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