O MPRJ já apresentou recurso para recorrer da decisão de homicídio duplamente qualificado, envolvendo o policial civil do Rio, no tribunal de júri. A ação foi motivada por crimes na comunidade da Fazendinha, no Centro da comunidade.
A decisão foi tomada após debate acalorado entre as partes envolvidas, incluindo familiares da vítima e representantes da Policia Militar. O envolvimento da Policia Militar foi um dos pontos mais discutidos durante o julgamento, com a defesa do acusado argumentando que o policial estava atuando em seu papel de serviço na época do ocorrido.
A partir da decisão, o policial será absolvido de todas as acusações, uma vez que a alegação de disparo de fuzil foi considerada não comprovada. O policial militar Rodrigo José de Matos Soares foi acusado do disparo de fuzil que matou a menina Ágatha Vitória Sales Félix, em setembro de 2019, no Complexo do Alemão. A Policia Federal já havia iniciado uma investigação sobre o caso, mas a conclusão do inquérito ainda não foi divulgada.
Após decisão do Tribunal de Júri, Polícia e família da menina Ágatha enfrentam consequências
A decisão do Tribunal de Júri foi um grande revés para a Polícia e familiares da menina Ágatha, pois não foram considerados os impactos sociais da atuação da Polícia em comunidades como a da Fazendinha. A menina foi atingida nas costas por um policial militar que disparou contra uma Kombi em que ela estava, retornando de um passeio com a mãe. O júri concluiu que o policial mentiu em suas primeiras versões e que foi o autor do disparo, mas considerou que não houve ‘intenção de matar’. Essa decisão é mais um exemplo da falta de confiança da sociedade no sistema de Justiça, especialmente no que diz respeito à Polícia. A comunidade-da-fazendinha, que já sofreu com a falta de ações eficazes da Polícia, agora padece com a ineficácia do sistema de Justiça. O homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, é uma consequência da atuação da Polícia, e não apenas do policial réu. A Polícia Civil e o MPRJ precisam rever suas estratégias para garantir que não haja mais casos como esse.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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