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Durante sessão de audiência, a menina de 12 anos denunciou as olhadas maliciosas do professor, em discurso feminista sobre comportamento no mercado.
O magistrado do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) Luís César de Paula Espíndola afirmou recentemente que ‘as mulheres estão em busca de homens’. Durante uma audiência da Corte que analisava o caso de uma jovem de 12 anos que se sentiu assediada por um professor, ele fez esse comentário. Em comunicado, o desembargador esclareceu que não pretendia desvalorizar as atitudes das mulheres.
No entanto, a declaração do desembargador gerou controvérsias e críticas, especialmente por parte de grupos que defendem os direitos das mulheres. A importância de respeitar a autonomia e a dignidade das mulheres em todas as situações deve ser reforçada constantemente na sociedade. É fundamental promover o respeito e a igualdade entre todos, sem generalizações que possam prejudicar as mulheres. Mulheres
Desafios enfrentados por mulheres no ambiente escolar
Em uma situação delicada, a jovem relatou que, certa vez, o professor enviou-lhe uma mensagem durante a aula, repleta de elogios, piscadelas e olhares maliciosos. Sentindo-se amedrontada, ela buscava refúgio no banheiro para evitar a disciplina. Espíndola optou por não denunciar o acusado, receoso de prejudicar a reputação do professor, alegando ser apenas um capricho adolescente.
Confronto de ideias em uma audiência polêmica
Durante o julgamento, confrontado por uma desembargadora, Espíndola rebateu as alegações, rotulando-as como discurso feminista. Ele afirmou que, nos dias atuais, as mulheres são as principais assediadoras, em busca de parceiros devido à escassez masculina no mercado. Segundo ele, as mulheres estão desesperadas por atenção masculina, buscando elogios, piscadelas e até mesmo cantadas educadas.
Visão polêmica sobre relacionamentos e comportamento feminino
O desembargador continuou sua argumentação, alegando que a falta de homens disponíveis tem levado as mulheres a buscar outras formas de interação, inclusive com animais, como cachorros. Ele defendeu que o flerte é algo natural e saudável, destacando que a atração entre os sexos sempre existiu. Espíndola enfatizou que as mulheres estão mais ativas na conquista e que a paquera é uma prática comum e aceitável.
Consequências legais e repercussões do caso
Espíndola foi condenado em 2023 por lesão corporal em um caso de violência doméstica contra sua irmã e mãe. O Supremo Tribunal Federal determinou sua pena de quatro meses e 20 dias de detenção, cumpridos em regime aberto, com proibição de se aproximar das vítimas. Em sua defesa, o desembargador alegou não ter tido a intenção de menosprezar as mulheres, destacando seu apoio à igualdade de gênero.
Posicionamento das instituições e repúdio às declarações
Tanto o Tribunal de Justiça do Paraná quanto a Ordem dos Advogados do Brasil do Estado se manifestaram sobre o caso. O TJPR afirmou que não endossa os comentários de Espíndola e abriu uma investigação preliminar. A OAB-PR expressou repúdio às declarações do desembargador, classificando-as como misóginas e, em alguns aspectos, homofóbicas, por abordarem relações entre pessoas do mesmo sexo.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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