Santander e Bradesco divulgam números: crescimento, crédito, reversão, provisões, expansão, lucro, despesas e hedge.
A temporada de balanços do terceiro trimestre está prestes a começar, com início no dia 22. No entanto, para os bancos, a verdadeira contagem começa apenas no dia 29. E, como é tradição, tudo começa com o Santander. Em seguida, temos o Bradesco, no dia 31; o Itaú, no 1º dia de novembro, e, no dia 13, o Banco do Brasil.
É importante notar que o Itaú, que resultou da fusão entre o Banco Itaú e o Unibanco, é um dos principais bancos do país. Com sua grande estrutura e presença nacional, é um dos principais concorrentes no mercado financeiro. A expectativa é que o Itaú apresente um desempenho sólido, mas é preciso aguardar os resultados para ter uma visão clara do seu desempenho em relação aos outros bancos, como o Banco do Brasil e o Bradesco. A concorrência será acirrada, e apenas os números poderão dizer quem se sairá melhor.
Itaú: O Destaque do Setor Financeiro
A equipe da Genial Investimentos, liderada por Eduardo Nishio, especialista em pesquisa e finanças, destaca o Itaú (ITUB4) como o líder isolado do setor financeiro. A expectativa é que o retorno sobre patrimônio (ROE) seja superior a 23%. A reversão das provisões relacionadas ao caso Americanas deve trazer um ganho incremental estimado de R$ 450 milhões, elevando o lucro total para R$ 10,96 bilhões. Isso representa um avanço de 4,4% em relação ao trimestre anterior e de 16,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O crescimento do crédito é o principal motor do lucro no período, com destaque para a retomada da carteira de pessoa física (PF) na linha de cartões. Além disso, a manutenção das despesas com provisões para devedores duvidosos (PDDs) sob controle é um fator positivo. A equipe também destaca que a elevação da Selic, iniciada em setembro, não deve trazer dificuldades significativas para a receita de juros mercado, uma vez que o Banco Itaú costuma realizar hedge integral contra variações graduais da taxa de juros.
Recomendação de Compra e Projeções
O Itaú é a preferência da Genial para o setor financeiro, com recomendação de compra ao preço-alvo de R$ 40,6. A manutenção da rentabilidade elevada e geração de capital de forma orgânica pelo banco devem abrir espaço para a distribuição de dividendos extraordinários ao final do ano, o que projeta um dividend yield atraente de 8% para 2024. A casa vê as ações sendo negociadas a múltiplos ainda atraentes de 8,3 vezes preço sobre o lucro em 24, 7,5 vezes sobre as expectativas para 2025.
A XP, que também tem recomendação de compra para o Itaú com preço-alvo de R$ 42, estima crescimento da carteira de crédito ligeiramente melhor impulsionada pela parcela pessoa física, mas também apoiada pela carteira de empresas e PMEs. A equipe liderada por Bernardo Guttmann, especialista em tecnologia e do setor financeiro, espera que o crescimento no 3º trimestre se aproxime do limite superior do guidance (projeções) para 2024, ou seja de 6,5% a 9,5%.
Projeções e Análise
Os custos de crédito devem mostrar uma melhoria de 4,7% na comparação anual e permanecer estáveis trimestre a trimestre. O lucro líquido deve continuar em trajetória positiva, encerrando o trimestre em R$ 10,23 bilhões, crescimento anual de 13,5% e de 1,8% trimestral. Este lucro implica um ROAE (lucro líquido pela média do patrimônio líquido) de 22,9%. No geral, não se prevê que os resultados trimestrais desencadeiem qualquer reação forte do mercado (positiva ou negativa).
Fonte: @ Valor Invest Globo
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