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Termo médico-científico para designar pessoa intersexo, grupo de condições em que nascem com características sexuais físicas e hormonais fora do padrão binário.
Os distúrbios de diferenciação sexual, também conhecidos como DDS, são uma série de condições que afetam genes, hormônios e órgãos reprodutivos, levando a características sexuais físicas e hormonais que não seguem o padrão tradicional binário, ou seja, feminino e masculino.
Indivíduos com intersexo podem apresentar variações nas características sexuais secundárias, como genitália ambígua ou desenvolvimento atípico de órgãos reprodutivos. É importante entender que os distúrbios de diferenciação sexual são complexos e requerem uma abordagem cuidadosa e respeitosa para garantir o bem-estar e a saúde dessas pessoas.
Distúrbios de diferenciação sexual: uma visão ampliada
Desde 2016, DDS passou a ser a nomenclatura médico-científica para substituir ‘intersexo’. O debate em torno dos distúrbios de diferenciação sexual e de pessoas intersexo ganhou força após a boxeadora italiana Angela Carini desistir da Olimpíada de Paris no meio da luta contra a argelina Imane Khelif. A desistência foi considerada por muitos como uma reação à participação da adversária, já que Khelif, da categoria até 66kg, foi autorizada a participar dos Jogos mesmo após ser reprovada no teste de gênero. A argelina apresentou anomalias nos níveis de testosterona.
A intersexualidade é um termo ‘guarda-chuva’ que engloba todas as pessoas que têm variações em seu corpo que diferem daquilo que é esperado como masculino ou feminino, seja pela forma dos órgãos genitais, pela configuração cromossômica ou pela presença ou ausência de órgãos pélvicos. ‘Os distúrbios de diferenciação sexual e o intersexo são a mesma coisa. A diferença é que ‘intersexo’ é um termo autotitular, ou seja, a pessoa usa o termo para se definir. Porém, na medicina, se atendemos uma pessoa com a genitália ambígua ou com outras características do intersexo, nós usamos o termo ‘distúrbio de diferenciação sexual’ para fazer o diagnóstico’, explica Sérgio Okano, sexologista, ginecologista e obstetra, à CNN.
As causas para o DDS podem variar de um caso para outro. Segundo Emmanuel Nasser, médico ginecologista e obstetra, as causas podem ser genéticas, podem estar relacionadas a uma alteração na divisão celular no momento da formação das gônadas ou na formação da genitália externa. ‘Também pode ser uma resposta diferente aos hormônios sexuais — testosterona e estrogênio — produzidos pelo corpo’, explica, à CNN.
Explorando os diferentes tipos de distúrbios de diferenciação sexual
Existe uma grande variedade de tipos de DDS. Uma pessoa pode ter cromossomos femininos (XX), com ovários e útero, mas pode ter uma alteração no órgão genital, como, por exemplo, um clítoris mais desenvolvido do que o normal. Isso pode ocorrer devido a produção de hormônios masculinos em maior quantidade em seu organismo. Se ela for do sexo feminino, níveis elevados de andrógenos antes do nascimento podem fazer com que seus genitais pareçam diferentes ao nascer.
Já outra pessoa pode ter cromossomos masculinos (XY), mas seu órgão genital externo pode se desenvolver de forma semelhante ao órgão genital feminino. Em alguns casos, essa pessoa pode, até mesmo, ter um útero e seus testículos não funcionarem corretamente. Além disso, algumas pessoas têm um padrão cromossômico diferente do XY ou XX usual. Elas podem ter um cromossomo X (XO) ou podem ter um cromossomo extra (XXY). Nesse caso, seus órgãos sexuais internos e externos podem ser masculinos ou femininos, mas eles podem não passar por um desenvolvimento físico completo na puberdade. Por exemplo, uma criança com órgãos sexuais femininos pode não menstruar.
Fonte: © CNN Brasil
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