Relatório do Centro mostra que a plataforma não removeu 93% dos comentários abusivos contra políticas democráticas e mulheres nos EUA.
Nesta quarta-feira (14), um estudo realizado pelo Centro de Combate ao Ódio Digital (CCOD), uma entidade sem fins lucrativos, expôs que o Instagram não conseguiu eliminar discursos de ódio direcionados a mulheres na política que são possíveis candidatas nas eleições de 2024 no Brasil.
Esses comentários, considerados abuso sexista e racista, revelam a urgência de ações efetivas para combater o discurso de ódio nas redes sociais. É fundamental que plataformas como o Instagram adotem medidas mais rigorosas para coibir tais abusos e garantir um ambiente online seguro e respeitoso para todos os usuários.
Relatório do Centro destaca abusos sexistas e racistas em comentários de políticas visadas
As informações foram divulgadas pela Reuters. O estudo analisou mais de 500 mil comentários em postagens no Instagram de cinco mulheres políticas democratas e cinco republicanas, incluindo a senadora Elizabeth Warren, a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, a vice-presidente Kamala Harris, a senadora Marsha Blackburn e a deputada Marjorie Taylor Greene.
A CCDH identificou mais de 20 mil comentários como ‘tóxicos’, dos quais mil continham abusos sexistas e racistas, além de ameaças de morte e violação. Mesmo assim, o Instagram manteve 93% desses comentários prejudiciais, apesar de violarem os padrões da plataforma.
Meta responde sobre discurso de ódio no Instagram
A Meta, empresa proprietária do Instagram, se pronunciou sobre os discursos de ódio na plataforma. Em resposta, afirmou que oferece ferramentas para que os usuários filtrem comentários, palavras ou emojis ofensivos em suas postagens. Cindy Southworth, chefe de segurança das mulheres na Meta, disse que a empresa analisará o relatório da CCDH e tomará medidas contra qualquer conteúdo que infrinja suas políticas.
O relatório também destacou que, durante as eleições de 2020 nos EUA, mulheres negras foram particularmente visadas com abusos sexistas e racistas. O aumento do abuso online contra mulheres políticas gerou críticas de grupos de defesa e destacou como os algoritmos das redes sociais, que priorizam conteúdo emocional e envolvimento, podem inadvertidamente amplificar esse abuso. Esses algoritmos são frequentemente usados pelos políticos para aumentar seu engajamento.
Redes sociais instadas a combater abusos online
O relatório sublinha o papel crucial das plataformas de redes sociais e seus algoritmos na disseminação do abuso online, que ocorre não apenas na esfera política, e afeta milhões de usuários globalmente. Por fim, o documento pede que as redes sociais implementem suas diretrizes de segurança de forma mais eficaz e adotem medidas mais decisivas contra o abuso online. Abusos online contra mulheres costumam ter conteúdo sexista e racista.
Fonte: @Olhar Digital
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