Dúvidas sobre a economia chinesa e incertezas no arcabouço fiscal afetaram o mercado doméstico, enquanto outras bolsas, como Nova York, apresentaram bom desempenho, influenciado pela Taxa de Depósito Interfinanceiro e o mercado de capitais.
O Ibovespa registrou uma queda significativa nesta sexta-feira, 19, devido às incertezas em torno da economia chinesa e às dúvidas sobre o quadro fiscal do Brasil. A instabilidade econômica global afeta diretamente as exportadoras brasileiras, que têm uma grande parcela de sua produção destinada ao mercado chinês.
A Bolsa de Valores sofreu com a pressão exercida pelas incertezas econômicas, o que refletiu negativamente no Índice Ibovespa. Além disso, as dúvidas sobre o quadro fiscal do Brasil também contribuíram para a queda, afetando principalmente os papéis ligados ao mercado doméstico. A volatilidade do mercado é um desafio constante para os investidores, que buscam segurança em um cenário econômico incerto.
O Ibovespa e a Bolsa: Uma Análise do Mercado
As incertezas em torno da capacidade do governo de cumprir com o arcabouço fiscal têm deixado o Brasil fora do bom humor que alcançou outras bolsas, como a de Nova York. O índice Dow Jones bateu mais um recorde, mas as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sinalizaram que o corte de gastos será realizado, o que atenuou a aversão ao risco e permitiu que a bolsa fechasse a semana com alta de 0,42%. No entanto, o Ibovespa cedeu 0,22%, aos 130.499 pontos, e recuou 1% no mês. A queda no acumulado do ano cresceu para 2,75%.
O volume de negociações foi de R$ 16,5 bilhões, em linha com a média diária de R$ 16,6 bilhões, calculada com base nos últimos 12 meses. O mercado de capitais está cético quanto ao potencial de recuperação sustentável da China, o que afeta diretamente setores como mineração e petróleo. O minério de ferro caiu na China, enquanto o petróleo recuou mais, impactando negativamente as ações da Vale e Petrobras.
O Impacto do Arcabouço Fiscal no Ibovespa
O ministro Haddad não deu muitos detalhes sobre as propostas que garantiriam o cumprimento do arcabouço fiscal, o que dissipou o efeito de animação que causou no início da semana. Os investidores estão à espera de ações efetivas do governo em relação ao controle dos gastos públicos antes de baixar a guarda. Além disso, o aumento das apostas que enxergam o republicano como grande vencedor da corrida à Casa Branca é visto como nocivo para emergentes, pois uma política mais protecionista e inflacionista pode elevar o dólar e os juros.
A forte sensibilidade a questões fiscais voltou a elevar os juros, prejudicando ações de empresas que atuam no setor doméstico, como varejistas e incorporadoras. Esses papéis dependem de um ambiente com menos endividamento, taxas mais baixas e mais consumo para se tornarem mais atrativos. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 variou de 11,76% para 11,19%. Os prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic, enquanto os vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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