ouça este conteúdo
Servidores de órgãos ambientais negociam salários há 7 meses, paralisando investimentos em transmissão, petróleo e fiscalização do PAC.
Uma greve por melhores salários de servidores federais ligados a órgãos ambientais teve início em janeiro deste ano, com paralisação de serviços externos – incluindo emissão de licenciamento ambiental e fiscalização de campo. A greve já dura mais de sete meses, sem sinal de acordo com o governo federal.
O movimento dos servidores em greve demonstra a insatisfação com as condições de trabalho e salários. A mobilização busca chamar a atenção para a valorização dos profissionais e a importância de suas atividades para a preservação ambiental. A greve segue firme, aguardando uma resposta concreta por parte das autoridades.
Impactos da Greve nos Serviços Ambientais e Econômicos
A greve dos servidores, vinculados a órgãos-chave do Ministério do Meio Ambiente – Ibama, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro – tem gerado uma paralisação que deixa um rastro de prejuízos significativos. Projetos de investimentos, cobrança de multas, exportações e outros passivos, que já ultrapassam os R$ 80 bilhões, continuam se acumulando.
Essa paralisação tem afetado áreas econômicas dependentes de fiscalização e licenciamento ambiental, desde a perfuração de poços de petróleo até a importação de veículos elétricos. O movimento, liderado pela Ascema, busca equiparar os salários dos servidores desses órgãos com os da ANA. A reivindicação inclui um aumento do piso de R$ 8.817,72 para R$ 15.058,12 e do teto de R$ 15 mil para R$ 22.900.
Após a falta de acordo com o governo, uma greve geral foi convocada em julho, abrangendo também os funcionários administrativos. A greve durou três dias e foi suspensa por decisão do STJ, que exigiu a retomada de atividades essenciais sob multa de R$ 200 mil em caso de descumprimento. Atualmente, o governo e os grevistas participam de audiências de conciliação.
A falta de fiscalização resultou em um aumento significativo da degradação florestal na Amazônia, com atividades como queimadas e extração de madeira se multiplicando. A paralisação dos serviços externos também contribui para o acúmulo de serviços pendentes, devido à falta de servidores nos órgãos.
No caso do Ibama, quase metade das vagas existentes estão desocupadas, e a situação deve se agravar com previsão de aposentadoria de um terço do efetivo até 2025. Esse cenário, aliado ao atraso nas emissões de autorizações por falta de pessoal, está paralisando o setor de transmissão de energia, que já acumula bilhões em investimentos pendentes.
As licenças ambientais referentes aos leilões de transmissão de energia dos próximos anos ainda não foram analisadas, o que pode impactar o setor de energia elétrica. O atraso certamente terá consequências no leilão de novas linhas de transmissão, prejudicando o desenvolvimento do segmento e a economia como um todo.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo