Força Nacional chega ao estado após treinamento armado de traficantes na área da Maré sob a supervisão da Polícia Militar.
A Força Nacional de Segurança, implantada no Rio de Janeiro em outubro de 2022, registrou números desanimadores em sua atuação durante o primeiro ano de atividade. A equipe contou com 4.292 policiais e militares, mas apenas 3.300 deles estiveram presentes ao longo do ano. A falta de militares se refletiu na redução da força policial, que não conseguiu cumprir metas propostas pelo governo estadual.
Além disso, a atuação da Força Nacional foi marcada por controvérsias e críticas, com muitas ocorrências de violência policial. Em uma das ações, foi registrada a morte de um homem por tiro de pistola durante uma operação da Força Nacional em uma favela do Rio de Janeiro. Essa ocorrência aconteceu em 15 de setembro de 2022, motivando um julgamento mais rigoroso da atuação da Força Nacional e, consequentemente, uma revisão das estratégias de segurança do governo estadual. Outro fato importante foi o acidente com um policia militar que ficou ferido em uma ação da Força Nacional em uma capitania da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A Força Nacional foi criada com o objetivo de fortalecer a ordem e segurança pública nos estados mais afetados pela violência, mas, em vez disso, a policia civil foi empregada em ações que poderiam ser conduzidas por agentes militares, menos qualificados para tarefas que exigem uma atuação mais sutil.
Força Nacional no Rio: o que se sabe sobre a presença da Força Nacional
A chegada da Força Nacional ao estado do Rio de Janeiro se iniciou após a divulgação de um treinamento armado de traficantes no complexo da Maré, zona norte da capital fluminense, transmitido pela TV Globo. Esse treinamento, com características militares, foi realizado em uma área de recreação. Coexistindo com essa situação, três médicos foram mortos em um quiosque da Barra da Tijuca. Eles estavam no Rio para participar de um congresso de medicina. Um deles foi confundido com um miliciano, de acordo com a investigação. O governador Cláudio Castro (PL) solicitou, nessa época, o apoio do governo federal, e o então ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a viagem da Força Nacional.
Força Nacional: dados sobre a Força
A Força Nacional é composta por policiais militares, policiais civis, bombeiros e peritos de diferentes estados. Ela faz parte da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), vinculada ao Ministério da Justiça. A promessa era trocar informações entre as polícias estaduais e Federais e ‘asfixiar’ o crime organizado. Os agentes não atuaram dentro das favelas por não conhecere as particularidades das comunidades cariocas. O objetivo foi patrulhar especialmente rodovias, a fim de apreender armas e drogas, em apoio à PRF (Polícia Rodoviária Federal), e também dar apoio à PF no aeroporto internacional do Rio.
Agentes e operações
Entre 2023 e 2024, agentes da Força Nacional apreenderam 10.100 maços de cigarro, abordaram 40.955 pessoas e 7.088 motociclistas. Prenderam 12 pessoas em flagrante, fizeram 14 apreensões de munição e apreenderam uma arma de fogo. A apreensão de drogas não alcançou 1 kg. Os dados foram compilados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública após pedido da reportagem via Lei de Acesso à Informação. Os dados vão do período de 1° de outubro de 2023 a 29 de novembro de 2024. Durante os 13 meses, a presença da Força Nacional no estado foi prorrogada sete vezes. A mais recente estende a operação até março de 2025.
Críticas à operação
‘São medidas improvisadas, paliativas e sem impacto nenhum. A população sente, grita, e o governo do estado faz sempre o mesmo: pede algo que não sabe nem como vai utilizar’, afirma o coronel da reserva da Polícia Militar e cientista social Robson Rodrigues, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Três mortes de agentes ocorreram durante o período de operação no Rio. Em 2023, Edmar Felipe Alves, 36, foi morto na porta da casa, onde morava com outros agentes, na zona oeste. Ele era de Alagoas. Alves saiu de casa após ouvir tiros na rua. Um homem que havia acabado de cometer feminicídio, segundo investigação, disparou contra Edmar. No mesmo dia, agentes da Força Nacional entraram por engano na comunidade do Chapadão, em Costa Barros, zona norte, e tiveram as armas roubadas. Em 2024, dois agentes morreram em casos relacionados à doenças, ocorridos em razão do serviço. O ministério não detalhou as circunstâncias. Ao todo, 596 agentes foram enviados ao Rio de Janeiro para a operação, sendo 365 em 2023 e 231 em 2024. O número não conta os agentes enviados para GLO
Fonte: © Notícias ao Minuto
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