Aula prática de vídeo e foto leva turma ao icônico ponto turístico, oferecendo visão diferente do mercado de trabalho e comunidades locais.
Em meio às favelas cariocas, um projeto inovador busca promover a inclusão social e a geração de renda para jovens e adultos. Aulas práticas reúnem moradores de comunidades como Vidigal, Rio Comprido, Campo Grande, Engenho da Rainha e Morro da Coroa, oferecendo-lhes a oportunidade de capturar com lentes os locais que turistas visitam, se apropriando da cidade de uma forma única.
Essa iniciativa visa não apenas promover a inclusão social, mas também gerar renda para os jovens no mercado de trabalho no campo do audiovisual. Ao se apropriar da cidade, esses jovens estão, de certa forma, redefinindo a percepção que se tem de suas favelas e bairros, mostrando que essas localidades são mais do que apenas pontos turísticos, são comunidades vibrantes e cheias de vida. A fotografia se torna uma ferramenta poderosa para contar histórias e promover mudanças positivas na sociedade.
Descobrindo a Beleza da Favela
Com câmeras fotográficas e celulares em mãos, os jovens participantes do projeto Favela Hope se reuniram no Parque Bondinho Pão de Açúcar para uma aula prática de vídeo e foto. Embora muitos deles morassem no Rio de Janeiro, poucos conheciam o local. Na última visita, 30 moradores de comunidades locais, incluindo jovens e adultos, tiveram a oportunidade de explorar o ponto turístico.
Dona Marinilza Saraiva, de 56 anos, superou sua claustrofobia para participar da aula prática e curtir a experiência. ‘Estava com muito medo de entrar e andar no Bondinho, mas consegui e adorei a experiência’, afirmou a moradora do Rio Comprido, na zona norte do Rio. Adriana Leal, de 41 anos, ressaltou a oportunidade de aprender e se desenvolver. ‘Está agregando muito na minha vida. É um momento de conhecimento incrível e em um lugar maravilhoso. É uma visão diferente, um olhar diferente.’
A Favela como Local de Aprendizado
As aulas do projeto Favela Hope abrem os horizontes por meio da fotografia e do vídeo, tornando as imagens uma obra de arte. Já o argentino Lucas Alonso, de 30 anos, que mora há cinco no Morro da Babilônia, recomendou a visita e o curso. ‘Quem puder, inscreva-se. Além de aprendizado, a iniciativa nos proporciona um passeio maravilhoso e observar a cidade de vários ângulos.’ O projeto já contemplou mais de 200 jovens e oferece uma oportunidade de desenvolvimento para moradores das comunidades do Rio de Janeiro.
Antes da turma de vídeo, foi a vez dos alunos do curso de fotografia contemplarem o ponto turístico. O primeiro grupo visitou o monumento em maio. Para muitos jovens, a experiência no Bondinho Pão de Açúcar foi única e inesquecível, como para Nicole Fonseca, que visitou o local em agosto, às vésperas de seu aniversário. ‘A aula prática de fotografia no Bondinho foi o grande presente que ganhei’, agradeceu a moradora do Morro da Babilônia.
A Favela como Comunidade
Vitor Moraes, morador do Engenho da Rainha, outro aluno que visitou o ponto turístico pela primeira vez, relatou que ‘andei de bondinho, tirei várias fotos e estou muito feliz com essa vista incrível da cidade’. Emocionada, a estilista Luciana Freire, moradora do Vidigal, falou sobre a experiência de visitar o cartão-postal. ‘Foi incrível’, e completou destacando o profissionalismo da iniciativa e a possibilidade de se preparar para o mercado de trabalho. Glaucia Fabriciano, moradora do Morro da Coroa, realizou um resgate de visibilidade por ‘fotografar lojas e mostrar uma qualidade de serviço, que talvez o comércio não esteja apresentando’.
O Favela Hope surgiu em 2013, em Vargem Grande, em parceria com a universidade americana BYU (Brigham Young University). As inscrições para novas turmas estão abertas até 10 de outubro para mais 50 novas vagas nos cursos gratuitos de fotografia e de vídeo.
Fonte: @ Terra
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