Inteligências artificiais podem antecipar doenças com potencial de espalhamento global por meio de tecnologias de aprendizado de máquina, fornecendo alerta precoce para o enfrentamento eficaz em políticas de saúde pública e sistema de vigilância.
A Organização Mundial de Saúde utiliza o termo ‘Doença X’ para se referir a uma provável doença que possa afetar o mundo, e a Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta crucial para prever e combater essa ameaça. Com a capacidade de processar grandes volumes de dados e identificar padrões, a Inteligência Artificial pode ajudar a detectar sinais precoces de uma epidemia e acelerar o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
No entanto, a eficácia da IA nesse contexto depende da qualidade dos dados disponíveis e da capacidade de integração com sistemas de saúde existentes. Além disso, as IAs precisam ser projetadas para lidar com a complexidade e a incerteza inerentes à previsão de doenças, o que exige uma abordagem multidisciplinar que envolva especialistas em saúde, estatística e Inteligência Artificial. A colaboração entre esses profissionais é fundamental para o sucesso desse esforço.
Desenvolvendo Estratégias para Enfrentar Epidemias e Pandemias com Inteligência Artificial
O objetivo é criar planos de ação, investir em pesquisas e tecnologias de enfrentamento a possíveis epidemias e pandemias. Em paralelo à ‘Doença X’, a OMS realiza esse mesmo trabalho de monitoramento, prevenção e planejamento a doenças reais, como Covid-19 e Ebola. Nas próximas décadas, há uma chance de surgirem novos surtos de doenças em escala similar à do coronavírus, podendo ser uma doença conhecida ou não.
Inteligência Artificial no Enfrentamento de Doenças
Para enfrentar esse desafio, pesquisadores da Universidade da Califórnia estão desenvolvendo um sistema de alerta precoce baseado em Inteligência Artificial (IA). A tecnologia analisará postagens em redes sociais para detectar sinais iniciais de pandemias, utilizando um banco de dados de mais de 2 bilhões de postagens no X, antigo Twitter, coletados desde 2015. O projeto usa aprendizado de máquina para identificar e categorizar eventos significativos que possam indicar futuros surtos, além de avaliar a eficácia de políticas de saúde pública. As IAs são fundamentais nesse processo, pois permitem a análise de grandes volumes de dados de forma rápida e eficiente.
Desafios e Limitações
No entanto, a ferramenta enfrenta desafios, como a dependência do X, que não está acessível em alguns países, como o Brasil neste momento, e a escassez de dados internacionais. Por enquanto, os trabalhos se concentram nos Estados Unidos. A Inteligência Artificial é uma ferramenta poderosa, mas precisa de dados de qualidade para funcionar corretamente. Conversamos com Roberto Pena Spinelli, físico pela USP, com especialidade em Machine Learning por Stanford e pesquisador na área de Inteligência Artificial, para entender melhor como as IAs podem ser usadas no enfrentamento de doenças.
Fonte: @Olhar Digital
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