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Corpo perto da estrela com temperaturas altas, órbita excêntrica, diferente dos demais no Sistema Solar.
Astrônomos identificaram um exoplaneta com uma trajetória altamente elíptica que atravessa variações extremas de temperatura — e pode estar evoluindo para um tipo diferente de planeta. O exoplaneta conhecido como TIC 241249530 b circunda uma estrela localizada a aproximadamente 1.100 anos-luz da Terra.
Essa descoberta levanta questões fascinantes sobre a possibilidade de existirem mais mundos além do sistema solar com características únicas e inesperadas. A natureza intrigante desse planeta solar em transformação desafia as concepções convencionais sobre a diversidade dos corpos celestes em nosso universo vasto e diversificado.
Descoberta de Exoplaneta em Órbita Desalinhada
O corpo celeste em questão faz parte de um sistema binário, onde um planeta orbita a estrela primária, enquanto esta, por sua vez, orbita uma estrela secundária. Essa dinâmica complexa resulta em mudanças significativas na órbita do exoplaneta em questão.
Exoplanetas: Mundos Além do Nosso Sistema Solar
Os exoplanetas são planetas localizados fora do nosso sistema solar, em órbita de estrelas distantes. Esses mundos distantes muitas vezes apresentam temperaturas extremas devido à proximidade com suas estrelas hospedeiras.
As interações entre as estrelas nesse sistema binário, que possuem uma órbita desalinhada, podem influenciar a trajetória do exoplaneta, levando-o a se tornar um ‘Júpiter quente’. Essa descoberta foi relatada em um estudo recente publicado na revista Nature.
Os astrônomos já identificaram mais de 5.600 exoplanetas confirmados, sendo que de 300 a 500 deles são classificados como ‘Júpiteres quentes’. Esses corpos gasosos massivos, semelhantes ao planeta Júpiter do nosso sistema solar, orbitam suas estrelas hospedeiras em órbitas extremamente próximas, resultando em temperaturas escaldantes.
Enquanto Júpiter leva cerca de 4.000 dias terrestres para completar uma órbita ao redor do Sol, os ‘Júpiteres quentes’ realizam seu percurso em apenas alguns dias. Essa proximidade extrema com suas estrelas sugere que esses planetas migraram de órbitas mais distantes ao longo do tempo.
As observações do exoplaneta TIC 241249530 b, feitas pelo satélite Tess da Nasa, oferecem insights valiosos sobre a transição desse corpo celeste para se tornar um ‘Júpiter quente’. Essas descobertas são fundamentais para compreender como esses mundos massivos acabam em órbitas tão próximas de suas estrelas.
Os cientistas há muito tempo questionam os mecanismos que levam à formação de ‘Júpiteres quentes’ e a observação do TIC 241249530 b fornece novas pistas sobre esse processo. A descoberta desse exoplaneta em evolução representa um marco na busca por precursores de ‘Júpiteres quentes’ e produtos intermediários desse fenômeno.
Em janeiro de 2020, o satélite Tess detectou o trânsito do exoplaneta em frente à estrela hospedeira TIC 241249530, desencadeando uma série de observações para confirmar a presença e características desse astro em transformação. A análise dos dados coletados revelou que o exoplaneta é aproximadamente cinco vezes mais massivo que Júpiter, fornecendo novas informações sobre sua composição e evolução.
Os estudos realizados com o auxílio de instrumentos avançados, como o Telescópio Wiyn de 3,5 metros no Observatório Nacional de Kitt Peak, foram cruciais para determinar a velocidade radial da estrela e confirmar a presença do exoplaneta. Essas medições detalhadas ajudaram os pesquisadores a compreender melhor as características únicas desse ‘Júpiter quente’ em formação.
Fonte: © CNN Brasil
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