Panfleto fixado em sala de aula de Sociologia e Antropologia apresentava frase de conscientização contra segregação racial, com materiais inspirados em atividade pedagógica.
Um grupo de estudantes da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, fixou um cartaz com a frase ‘Entrada permitida somente para brancos’ em uma sala de aula, imitando a segregação racial nos Estados Unidos. Essa ação se relaciona ao tema de racismo e segregação que é abordado em uma aula de Sociologia e Antropologia.
A justificativa dada pelos estudantes era que essa simulação tinha o objetivo de ensinar os colegas sobre a discriminação racial e a segregação sofrida por minorias nos EUA. No entanto, colegas de classe perceberam essa ação e a consideraram racismo, alegando que o cartaz era uma material pedagógico inadequado e que poderia ser interpretado como uma forma de reforçar estereótipos racistas, exacerbando a segregação.
Investigação sobre racismo em sala de aula revela falta de crime
Em uma situação que chamou a atenção por denúncias de discriminação, os resultados da investigação realizada pela Polícia Civil sobre um caso envolvendo um cartaz com a frase ‘Entrada permitida somente para brancos’ mostram que não houve crime de racismo. Essa questão atinge diretamente o ambiente universitário, revelando a complexidade da discussão sobre racismo, discriminação e segregação em instituições de ensino.
A universidade, na qual o caso ocorreu, destacou seu compromisso com a promoção de um ambiente inclusivo e expressou seu repúdio a qualquer forma de discriminação. Além disso, a instituição mencionou que elaborou diversas formas de denúncia, como o ‘Fale com o Diretor’, a Ouvidoria, o contato direto com os coordenadores de curso e uma caixa de denúncias anônimas localizada nas dependências da instituição. Esses mecanismos são implementados para garantir a execução de providências cabíveis, incluindo a instauração de processos administrativos internos e a comunicação às autoridades competentes, conforme necessário.
O diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo informou que tomou conhecimento do caso por um e-mail enviado por um aluno à Seção de Comunicação. Após diligências internas, o diretor identificou que o cartaz mencionado no boletim de ocorrência não foi colado na porta da sala, mas sim utilizado exclusivamente em uma atividade pedagógica. A atividade ocorreu no dia 4 de novembro de 2024, durante uma aula de Sociologia e Antropologia com alunos do 3º ano do curso de Direito.
O objetivo da atividade, segundo a universidade, era promover uma discussão crítica sobre as consequências jurídicas do racismo. Divididos em grupos, os estudantes analisaram obras relacionadas ao tema e elaboraram materiais inspirados em práticas históricas de segregação racial, como as retratadas no Museu do Apartheid, na África do Sul. De acordo com a instituição, os materiais buscavam impactar os colegas e fomentar uma reflexão crítica sobre a segregação racial.
A fixação dos panfletos e cartazes, conforme a diretoria, ocorreu apenas dentro da sala de aula, com o propósito exclusivo de incentivar o debate acadêmico. Após ser informada do ocorrido, a diretoria convocou o professor responsável, os alunos do grupo e o autor do boletim de ocorrência para esclarecimentos. Durante a reunião, foi reafirmado que a atividade não teve dolo ou intenção de promover práticas discriminatórias, mas sim de estimular o combate ao racismo e conscientizar os estudantes.
A atividade, portanto, foi conduzida de forma pedagógica, alinhando-se aos princípios da educação e à promoção da igualdade e da justiça social. A discussão sobre racismo, discriminação e segregação racial é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, e as instituições de ensino desempenham um papel crucial nessa discussão.
Fonte: @ Nos
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