Projeto de tecnologia biométrica de identificação coletou dados de 500 mil pessoas na Espanha, violando a Lei Geral de Proteção de Dados e regras de segurança.
A Agência Espanhola de Proteção de Dados é uma autoridade crucial no cenário de proteção de dados no território espanhol. Em sua função, ela se dedica a garantir que todas as entidades que manipulam dados respeitem as normas de proteção de dados da União Europeia. Neste contexto, a Agência Espanhola de Proteção de Dados reforça a importância de manter os registros atualizados e respeitar o direito de confidencialidade dos usuários.
A World, empresa de tecnologia, foi requerida a remover todos os dados de íris escaneados em território espanhol. A razão para essa determinação foi o entendimento da Agência Espanhola de Proteção de Dados de que o empreendimento da World poderia ser uma violação das regras de proteção de dados da União Europeia. Esse conteúdo sensível deve ser tratado com cuidado e transparência, garantindo que os usuários estejam cientes de como seus dados são coletados e utilizados.
Escaneamento de íris: cenário global versus privacidade
Em meio à discussão sobre privacidade e o tratamento de dados, a World, uma iniciativa do bilionário Sam Altman, cofundador da OpenAI, criadora do ChatGPT, está no centro de controvérsias. O projeto visa coletar dados biométricos, incluindo escaneamento de íris, com o objetivo de diferenciar humanos e robôs, além de autenticar login de usuários em sites e aplicativos.
A agência espanhola já havia determinado a interrupção imediata do escaneamento e tratamento de dados pessoais em março, e o Tribunal Supremo da Espanha manteve a decisão, rejeitando um recurso dos proprietários da organização. A World disse que a operação na Espanha está atualmente em uma pausa temporária por iniciativa própria do projeto. O g1 questionou novamente a World sobre a ordem de exclusão dos dados na Espanha e aguarda resposta.
O cenário não é isolado, pois a República Dominicana também suspendeu o escaneamento no país em novembro. Essa decisão segue uma preocupação global sobre privacidade dentro do projeto criado por Sam Altman, CEO da OpenAI.
Coleta de dados no Brasil
No Brasil, a World está coletando dados em 20 pontos de São Paulo. Até o momento, a empresa afirma ter escaneado as íris de 189 mil pessoas no país, segundo dados divulgados pela própria empresa. Quem aceita oferecer dados ganha tokens da Worldcoin, moeda digital da empresa que pode ser convertida para o real.
O projeto levanta questionamentos sobre como trata informações biométricas de milhões de pessoas e qual é a finalidade da coleta desses dados, que são considerados sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Objetivo da World
Segundo a organização, o escaneamento da íris tem como objetivo auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por inteligência artificial (IA). Entre os potenciais usos da inovação está a prevenção de perfis falsos em sites e redes sociais, por exemplo.
A ideia da World é que essa tecnologia ainda substitua o Captcha, uma ferramenta de segurança usada por vários sites para certificar que quem está acessando é um humano e não um robô.
A estrutura da World tem três frentes: World ID, como é chamado o passaporte digital que transforma o registro da íris em uma sequência numérica; Token Worldcoin (WLD), a criptomoeda que será distribuída como recompensa para todos os inscritos; e World App, o aplicativo que permite fazer transações com a criptomoeda.
A ‘foto’ da irís da pessoa é tirada com a câmera Orb e é usada para criar um código numérico para identificar cada usuário e, de acordo com a World, é apagada logo em seguida.
Implicações e preocupações
Por que o criador do ChatGPT quer escanear a íris dos brasileiros? O projeto do criador do ChatGPT que pretende escanear a íris da população mundial chega oficialmente ao Brasil, levantando questionamentos sobre privacidade e segurança.
A preocupação com a privacidade e o tratamento de dados biométricos é um tema de debate global. A World está no centro dessa discussão, com a coleta de dados em escala global.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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