Autarquia afirma que companhias de ações, CRIs e CRAs estão aguardando janela de emissores para oferta pública, para bolsa, com captações mais expressivas.
Empresas brasileiras enfrentam um desafio significativo para lançar suas ofertas iniciais de ações, o que pode prejudicar o desenvolvimento de uma economia sólida no país. Com uma demanda represada, essas empresas sentem a dificuldade em captar recursos financeiros de forma eficaz.
Entre os principais obstáculos, está a comissão de valores mobiliários cobrada em processos de IPOs, que pode ser um fator de dificuldade para as empresas, especialmente aquelas que atuam em segmentos de menor margem de lucro. Além disso, a liquidez no mercado pode ser um problema, uma vez que o volume de ações em circulação pode afetar o valor delas, resultando em maior custo de captação de recursos. Dessa forma, essas empresas enfrentam uma expectativa de mudança no cenário para conseguirem realizar suas captações de forma sustentável.
Empresas esperam melhor momento do mercado para estrear na bolsa
Essas empresas estão aguardando um ambiente mais favorável para realizar seus IPOs, de acordo com o vice-presidente sênior de mercado de capitais de ações do Itaú BBA. ‘No ambiente das companhias já registradas, tem uma janela de emissores aguardando o melhor momento para poderem realizar seus IPOs. E ainda existe um expressivo número de empresas que ainda não são registradas como companhias abertas, mas que a CVM monitora e que teriam maturidade para abrir capital’, afirmou. ‘É errado dizer que não houve ofertas em 2024. Este ano foi um dos melhores em termos de volume de captações, mas elas foram expressivas nos instrumentos de dívida’, disse. Desde 2021 que uma empresa não faz IPO no país, após 83 estreias na sequência em uma janela de dois anos.
A alta do dólar e dos juros tem prejudicado o fluxo para a bolsa e atrasado os planos de estreia das empresas na emissão de ações. Em contrapartida, muitos negócios estão preferindo emitir debêntures e Certificados de Recebíveis Agrícolas e Imobiliários (CRAs e CRIs) para se financiarem. O volume de ofertas de ações alcançou apenas R$ 21,8 bilhões em 2024, enquanto o volume de ofertas de debêntures, CRIs e CRAs atingiu R$ 440,1 bilhões no mesmo período.
Empresas dependem de um melhor momento do mercado para estrear na bolsa
As companhias dependem especialmente de um melhor momento do mercado para estrear na bolsa, afirmou George Silva, vice-presidente sênior de mercado de capitais de ações do Itaú BBA. Ele aconselhou que as empresas estejam preparadas para essa safra nova estreias na bolsa e continuem se aproximando dos investidores, entregando melhores resultados e preparando o jurídico e o financeiro. As empresas que escolhem fazer IPO em outro país costumam se basear em fatores que muitas vezes são mitos, afirmou Viviane Basso, vice-presidente de operações da B3.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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