Levantamento considera gastos com ações policiais, burocracia, tribunais, encarceramento e Lei de Acesso à Informação.
Drogas afetam a sociedade de maneira complexa, com consequências que vão além do combate às drogas. Em muitos casos, a proibição das drogas é vista como uma forma de combate, mas esse método não resolve o problema de forma eficaz.
Um relatório recente chama a atenção para os impactos devastadores da política de proibição das drogas no Brasil. De acordo com o documento, a Bahia gasta mais do que o Rio de Janeiro no combate às drogas. Além disso, a proibição tem efeitos desproporcionais sobre a juventude negra e periférica, que estão mais expostas aos risgos associados às drogas.
Desdobramentos da Guerra às Drogas: Um Custeio que Cria Desigualdade
Drogas: Esforços de combate resultam em recursos desperdiçados em São Paulo. A pergunta que se faz é: será que isso continua sendo eficaz em combater a guerra às drogas? Fotos: Fernando Frazão/AB e Reprodução.
A Composição do Custo da Proibição
O sistema de combate às drogas utiliza recursos que poderiam ser direcionados para educação e, em alguns casos, suspende aulas nas escolas quando operações são realizadas nas periferias. É o caso da Escola Estadual Professora Isabel Cristina Fávaro Palma, em Tejupá, interior paulista, que custou R$ 5,5 milhões. Se considerarmos apenas os gastos do ano passado em São Paulo no combate às drogas, poderíamos construir outras 679 escolas com esse valor. Juntando mais cinco estados, seriam 954 estabelecimentos de ensino.
Impactos na Educação e na Saúde
Em outra análise, o estudo Efeito Bumerangue: o Custo da Proibição das Drogas denuncia que, se considerarmos apenas o ano passado em São Paulo, 396 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) poderiam ser mantidas, durante um ano, com os R$ 7,7 bilhões gastos no combate às drogas; incluindo Bahia, que gastou mais do que o Rio de Janeiro; além de Distrito Federal, Santa Catarina e Pará. Notícias relacionadas
Uma Questão de Justiça: As Consequências da Guerra às Drogas
Com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, a pesquisa considera custos do Ministério Público, Defensoria, Tribunal de Justiça, entre outros. A maioria das informações foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação.
Os Efeitos da Proibição na Juventude
A maioria das informações foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação. A guerra às drogas se assemelha a uma jogada de bumerangue amadora e sem estratégia, mas o objeto aqui é um montante bilionário de dinheiro público, que se volta contra a população, com impactos devastadores, principalmente para a juventude negra e periférica, destaca Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) e do projeto Drogas: Quanto Custa Proibir.
Ilustrando a Realidade da Guerra às Drogas
Os seis estados considerados no levantamento gastaram em um ano quase R$ 1 bilhão para privação e restrição de liberdade de adolescentes punidos por atos infracionais em crimes previstos na Lei de Drogas (11.343/06). Chama a atenção o fato de que, no Rio de Janeiro e em São Paulo, 40% dos adolescentes que estão nos sistemas socioeducativos foram enquadrados em crimes previstos na Lei de Drogas. No Pará, a situação é inversa: apenas 3,9%.
Um Desafio para a Segurança Pública
A pesquisa denuncia que não existem informações oficiais sobre o custo das operações policiais, o que subestima o valor total do real impacto da implementação da Lei de Drogas. Ações cotidianas de revistas nas ruas só resultam em registros formais quando alguma quantidade de droga é apreendida.
Os Impactos na Sociedade
As polícias militares fazem operações muito custosas para o Estado e que devastam a vida e o futuro de milhares de jovens negros das periferias, seja pela letalidade da sua ação, seja pelo encarceramento ou pelas limitações impostas à vida cotidiana, como a impossibilidade de ir à escola ou a um centro de saúde, diz Julita.
Fonte: @ Terra
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