Acesso precário à educação de qualidade e serviços de saúde mental prejudica o desenvolvimento de crianças de baixa renda com Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e altos Índices de Potencial Infantil.
A desigualdade social desafia o desenvolvimento infantil no Brasil, afetando especialmente crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) que enfrentam grandes desafios na busca por recursos adequados para seu tratamento.
A desigualdade social promove uma situação de exclusão e inacessibilidade, inibindo a capacidade das famílias dessas crianças de acessar educação especializada, desenvolvimento social e tratamento adequados, o que afeta negativamente a qualidade de vida das crianças com esses transtornos, aumentando a probabilidade de complicações e comprometendo sua futura.
Fatores que Agravam a Desigualdade Social no Desenvolvimento Infantil
A desigualdade social é um problema complexo que afeta muitos aspectos da vida de uma criança, especialmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento infantil. Crianças de famílias de baixa renda, por exemplo, enfrentam desafios significativos ao acessar escolas de qualidade, o que pode resultar em um aprendizado deficiente com déficit. Os dados da pesquisa do Itaú Social são alarmantes, mostrando que crianças de famílias de alta renda recebem até 7.124 horas a mais de aprendizado ao final do 9º ano escolar em comparação com aquelas de famílias de baixa renda. Essa desigualdade educacional impacta não apenas o desempenho acadêmico, mas também a saúde emocional das crianças, aumentando a probabilidade de transtornos emocionais, como ansiedade e depressão. Esses transtornos podem se manifestar como fobias, ataques de pânico e evitação de situações sociais, prejudicando ainda mais a vida escolar e as interações sociais.
Além disso, a falta de espaços seguros para brincadeiras e atividades físicas nas periferias limita a oportunidade de desenvolvimento motor, resultando em obstáculos nas habilidades motoras, essenciais para a interação social e para o aprendizado. É fundamental que as políticas públicas priorizem o desenvolvimento infantil nos primeiros anos, garantindo o acesso à saúde e à educação de qualidade. No entanto, em muitas regiões vulneráveis, a falta de políticas públicas eficazes e de recursos financeiros impede o acesso a profissionais de saúde mental e serviços terapêuticos adequados, perpetuando a desigualdade social no desenvolvimento infantil.
Diagnóstico e Tratamento Inadequados: Um Ciclo de Desvantagens
A desigualdade social também se manifesta na forma como as condições de saúde mental, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), são diagnosticadas e tratadas. Muitas vezes, esses diagnósticos não são feitos corretamente devido à falta de acesso a profissionais especializados e a serviços de saúde mental de qualidade. Além disso, a pobreza e a falta de recursos financeiros dificultam o acesso a tratamentos adequados, criando um ciclo de desvantagens que pode afetar a vida adulta dessas crianças.
A Importância da Avaliação do Desenvolvimento Infantil
Uma abordagem para enfrentar a desigualdade social no desenvolvimento infantil é a criação de métricas dedicadas, como o Índice de Potencial Infantil (IPI) e o Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI). Essas métricas podem fornecer uma base mais precisa para avaliar como diferentes comunidades estão garantindo ambientes adequados para o desenvolvimento infantil. O IPI, por exemplo, foca em áreas como acesso a serviços de saúde, qualidade da educação infantil, suporte familiar e políticas públicas voltadas para crianças. Ao medir o potencial e o desenvolvimento infantil, essas métricas permitem que esforços sejam direcionados para onde são mais necessários, assegurando que nenhuma criança seja deixada para trás.
Fonte: @ Minha Vida
Comentários sobre este artigo