Formação médica no Brasil precisa de exame ao término dos cursos de medicina
A medicina no Brasil está passando por um momento crítico, onde a formação médica é um dos principais desafios. A medicina é uma área que exige uma grande dedicação e estudo, mas infelizmente, a qualidade dos cursos de medicina no país não é sempre adequada, o que acaba impactando o sistema de saúde e o atendimento aos pacientes. Isso é um problema grave, pois a medicina é fundamental para a saúde da população.
A saúde brasileira está diretamente relacionada à qualidade da medicina praticada no país. O atendimento aos pacientes é um dos principais pontos que são afetados pela má formação médica. Além disso, a educação oferecida pelas escolas de medicina é fundamental para a formação de bons profissionais. É preciso mudar a forma como a medicina é ensinada no Brasil, priorizando a qualidade em detrimento da quantidade. A saúde da população depende disso, e é importante que sejam tomadas medidas para melhorar a formação médica e, consequentemente, o atendimento e a saúde no país. A medicina é um direito e deve ser exercida com responsabilidade e qualidade. É hora de agir e melhorar a medicina no Brasil.
Introdução à Medicina
A aplicação de um exame ao término da faculdade de medicina, conhecido como a ‘OAB dos Médicos’, foi discutida entre os senadores em Brasília, com o objetivo de mitigar o problema da qualidade da formação médica. O projeto de lei (PL) já havia sido aprovado na Comissão de Educação e Cultura e passará por uma audiência pública após a Páscoa. A ideia é que a proposta passe a valer um ano após sua eventual aprovação, apenas para novos egressos dos cursos de medicina, visando avaliar diferentes competências, em âmbitos teóricos e práticos, e melhorar a qualidade da saúde e do atendimento.
A prova seria de responsabilidade do Conselho Federal de Medicina (CFM) e a aplicação ocorreria por meio dos CRMs responsáveis por cada jurisdição. O projeto determina que os resultados sejam comunicados aos Ministérios da Educação e da Saúde pelo CFM, sendo vedada a divulgação nominal das avaliações individuais, que serão fornecidas apenas aos próprios participantes. Isso visa garantir que a educação oferecida seja de qualidade e que os profissionais de medicina estejam preparados para oferecer um atendimento de saúde adequado.
Formação Médica e Sistema de Saúde
Atualmente, há mais de 400 escolas médicas espalhadas pelo território nacional, a segunda maior quantidade do mundo. No entanto, a maioria das novas faculdades não atende a critérios básicos para a formação do aluno, como a existência de leitos do SUS para a prática médica, programas de residência, hospital de ensino e corpo docente qualificado. Isso leva a uma formação médica deficiente, o que afeta a qualidade da saúde e do atendimento. A formação em medicina, englobando graduação, residência e especialização (mestrado ou doutorado), costuma levar entre dez e 12 anos, em média.
A abertura de inúmeros cursos é irresponsável, pois formam-se aproximadamente 40 mil jovens todos os anos, e só há vagas para 20 mil residentes. Nesse cenário, muitos formandos nem buscam fazer residência, seja pela alta concorrência, baixa remuneração ou necessidade de pagar o financiamento estudantil ao término do curso, levando-os a começar a trabalhar rapidamente para quitar suas dívidas, em vez de aprimorar seus conhecimentos. Isso afeta a qualidade da saúde e do atendimento, pois os profissionais de medicina não estão sendo formados de acordo com as necessidades do sistema de saúde.
Consequências e Soluções
O governo também contribui com o sucateamento do ensino da medicina ao ceder à pressão econômica de grandes grupos educacionais, autorizar o funcionamento de cursos privados de má qualidade junto ao programa Mais Médicos e interferir na Comissão Nacional de Residência Médica para aumentar, de forma inconsequente, o número de ‘especialistas’. Se essa tendência continuar, estima-se que, em 2035, o Brasil terá mais de 1 milhão de médicos, segundo a pesquisa Demografia Médica no Brasil. No entanto, isso não garantirá médicos para todos: a distribuição dos profissionais continuará desigual, concentrada em grandes centros.
Formar mais médicos, e não melhores médicos, apenas levará ao declínio da qualidade do atendimento à população. É necessário que haja uma mudança na forma como a medicina é ensinada e como os profissionais de saúde são formados, visando garantir que a educação oferecida seja de qualidade e que os profissionais de medicina estejam preparados para oferecer um atendimento de saúde adequado. Isso pode ser alcançado por meio da implementação de um exame ao término da faculdade de medicina, que avalie as competências dos profissionais de saúde e garanta que eles estejam preparados para atender às necessidades do sistema de saúde. Além disso, é necessário que haja uma maior investimento na educação e na formação de profissionais de saúde, visando garantir que a saúde e o atendimento sejam de qualidade.
Fonte: @ Veja Abril
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