Esper Kallás explica que, mesmo com aprovação de candidato a imunizante em análise pela Anvisa, serão necessárias ações da população para combater dengue com vacina QDenga, vacina contra dengue e Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa.
O diretor do Instituto Butantan, o infectologista Esper Kallás, revelou os detalhes sobre a vacina contra a dengue em desenvolvimento. Essa vacina está atualmente em avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que pode levar a uma aprovação até o final do ano. O diretor também ressaltou a importância da vacinação, afirmando que ela não irá “cercear” o controle da doença, mas sim complementá-lo. Além disso, Esper Kallás mencionou que a dengue é uma “doença perigosa” que afeta milhares de pessoas todos os anos.
Esper Kallás enfatizou que, mesmo que a vacina seja aprovada, ela não irá “neutralizar” a doença. Isso ocorre pois a vacina não irá cobrir todas as formas da dengue, deixando uma parcela da população ainda vulnerável. Além disso, o diretor destacou que a dengue é transmitida por “insetos”, como o mosquito Aedes aegypti, e que o combate eficaz ao mosquito “também é uma questão de saúde pública”. A vacina contra a dengue é uma “opção importante” no combate à doença, mas não deve ser vista como a única solução.
Butantan registra pedido de vacina contra dengue com Anvisa
O instituto de vacinas do Butantan entrou com o pedido de registro de sua candidata a vacina contra dengue para a agência de vigilância sanitária. Se aprovada, a vacina Butantan-DV poderá ser entregue em 2025, com 1 milhão de doses, e 100 milhões estarão disponíveis para o Ministério da Saúde nos anos de 2026 e 2027.
A espera pela vacina contra a dengue
A Anvisa está analisando três pacotes de dados referentes ao imunizante e essa avaliação deve durar 90 dias a partir da data de entrega do último lote, em dezembro passado. O infectologista Kallás destacou que a espera pela vacina contra a dengue é um desafio, especialmente devido à falta de doses disponíveis em 2025. ‘A gente tem a expectativa de resolver esse problema a partir de 2026’, afirmou.
Combate à dengue
O combate à dengue continua sendo uma prioridade, com a população precisando eliminar possíveis criadouros do mosquito, como garrafas e pneus, cobrir a caixa d’água ou piscinas inativas e remover o entulho. Isso deve continuar fazendo parte da rotina da população até porque 75% dos pontos favoráveis para a proliferação do mosquito estão em residências.
Projeção de doses da vacina Butantan-DV
O instituto de vacinas do Butantan projeta entregar 60 milhões de doses da vacina Butantan-DV em 2026 e 40 milhões em 2027. ‘Isso faz parte de uma projeção que o instituto fez para atender uma demanda que vai ser maior no começo e vai diminuir a medida que a população vai se imunizando’, disse o infectologista.
Vacina QDenga
A vacina QDenga está disponível, mas apenas para a população de 10 a 14 anos. A falta de doses da vacina Butantan-DV em 2025 significa que o número de casos de dengue não será capaz de ser contido. ‘2025 vai ser difícil e dependerá de medidas tradicionais de enfrentamento que mitigam os efeitos principalmente no desenvolvimento de doença grave’, afirmou Kallás.
Surto de dengue no Brasil
Desde o fim de 2023, os casos de dengue começaram a aumentar e, no ano passado, o Brasil registrou o maior número de episódios da doença da série histórica iniciada no ano 2000. Foram 6,6 milhões de casos prováveis e 6.103 mortes. Este ano, o Ministério da Saúde registrou 101.485 casos e 15 óbitos, com 116 óbitos em investigação.
Fonte: @ Veja Abril
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