Copom aumenta Selic para 14,25% ao ano no mercado financeiro.
O mercado financeiro está atento às decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos sobre os juros nesta quarta-feira (19), um dia conhecido como “superquarta” devido à coincidência das definições das taxas de referência para os investimentos e os empréstimos. Isso significa que os juros terão um impacto direto no custo do crédito e, consequentemente, na economia como um todo. Além disso, a definição dos juros também influenciará a atratividade dos investimentos e a disponibilidade de crédito para as empresas e os consumidores.
A expectativa é que as decisões sobre os juros sejam influenciadas pela atual conjuntura econômica, incluindo a inflação e o crescimento econômico. No Brasil, a taxa de juros básica, conhecida como Selic, é um dos principais instrumentos de política monetária utilizados pelo Banco Central para controlar a inflação e estimular o crescimento econômico. Já nos Estados Unidos, a decisão sobre os juros será tomada pelo Federal Reserve, que também busca equilibrar a necessidade de controlar a inflação com a de estimular o crescimento econômico. É importante lembrar que as taxas de juros têm um impacto significativo na economia e devem ser monitoradas de perto para evitar surpresas desagradáveis. Além disso, a definição dos juros também pode influenciar a valorização ou desvalorização das moedas, o que pode ter um impacto adicional na economia.
Entendendo os Juros
No Brasil, é unânime a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentará os juros de referência, a Selic, em 1 ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, conforme as 125 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor. Isso significa que os juros migrarão para um nível visto pela última vez em outubro de 2016, o que pode ter um impacto significativo no custo do crédito e nas taxas de juros. Já o Termômetro do Copom, ferramenta do Valor Investe elaborada com base em contratos de opções negociados na B3, aponta que a chance dos juros subirem 1 ponto percentual hoje é de 95%, o que reforça a ideia de que a autoridade monetária seguirá a orientação dada de que aumentaria os juros em 1 ponto percentual em março, influenciando a taxa de referência e o mercado financeiro.
Com a decisão definida praticamente, o mercado financeiro deve se atentar a eventuais pistas dadas pela autoridade monetária sobre os próximos passos, considerando o ambiente econômico e a necessidade de manter a inflação controlada. A maioria dos economistas acha que a alta de juros seguirá no segundo trimestre, mas as incertezas sobre a economia dividem os profissionais sobre os próximos passos do Copom depois de hoje, especialmente em relação às taxas de juros e ao custo do crédito. Uma parte espera uma comunicação mais aberta do Copom sobre o rumo da taxa de referência a partir de maio, devido ao ambiente econômico incerto, que pode afetar a Selic e as taxas de juros.
Análise dos Juros
Desde o começo do ano, os economistas têm sido surpreendidos com dados de uma atividade econômica mais fracos do que o previsto, o que pode influenciar a decisão sobre os juros e as taxas de juros. Simultaneamente, a inflação continua acima da meta e com pressões principalmente de serviços, o que pode exigir uma ajuste nos juros para manter a inflação controlada. Aumentar os juros é uma maneira de manter a inflação controlada, pois o custo do crédito encarece e isso desestimula o consumo, fazendo os preços recuarem. No entanto, um enfraquecimento na economia diminui o consumo dos brasileiros e, consequentemente, diminui a pressão na inflação e a necessidade de taxas de juros altas, como estão, o que pode afetar a Selic e o mercado financeiro.
Ainda, o ambiente internacional está muito mais instável com a guerra comercial que começou com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, o que aumenta a oscilação nos preços dos investimentos e pode influenciar as taxas de juros e o custo do crédito. As expectativas do mercado financeiro para a Selic variam muito, com as projeções dos economistas para os juros no fim do ciclo de alta entre 14,25% e 16,25% ao ano, o que pode ter um impacto significativo nas taxas de juros e no custo do crédito. Na análise de Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, o Copom indicará, pelo menos, uma nova alta, ainda que de magnitude menor, na reunião de maio, considerando a taxa de referência e o ambiente econômico, o que pode afetar as taxas de juros e o custo do crédito.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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