ouça este conteúdo
Cerca de 340 mil cotas de consórcios residenciais foram vendidas de janeiro a maio, mas a adesão dos brasileiros depende da taxa Selic.
A participação dos brasileiros no sistema de consórcios teve um aumento significativo de janeiro a maio deste ano em comparação com o período anterior, e o consórcio residencial se sobressai na comercialização de novas cotas em relação às outras modalidades disponíveis. A demanda por esse tipo de investimento, dos brasileiros, que viabiliza a aquisição ou a renovação do lar, segue em crescimento em 2024.
O setor de consórcios tem se mostrado cada vez mais atrativo para os consumidores, especialmente quando se trata do consórcio residencial, que possibilita a realização do sonho da casa própria ou da reforma do imóvel. A busca por essa modalidade de investimento continua em alta, refletindo a confiança dos brasileiros no mercado imobiliário e nas oportunidades oferecidas pelo consórcio como forma de planejar o futuro de forma segura e econômica.
O Crescimento do Setor de Consórcio Residencial
O consórcio de imóveis tem se destacado como uma opção atrativa para quem busca realizar o sonho da casa própria. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), houve um aumento significativo nas comercializações de imóveis por meio de consórcio, representando 22,7% de crescimento, o maior entre todas as categorias contempladas, como veículos leves, motocicletas, eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, veículos pesados e serviços.
Os números impressionam, totalizando mais de R$ 140 bilhões em negócios realizados, sendo que o consórcio de imóveis contribuiu com cerca de 45% desse montante, atingindo a marca de R$ 63 bilhões. Além disso, em termos de quantidade de consorciados ativos, essa modalidade se destaca como a terceira maior do segmento.
Esse crescimento ocorre em um cenário marcado por cortes na taxa Selic no primeiro semestre. A taxa Selic, referência de juros no Brasil, vem apresentando uma trajetória de queda, saindo de 13,75% para 10,50%. Essa redução tende a impactar também as taxas praticadas pelos bancos em empréstimos e financiamentos, incluindo aqueles voltados para a aquisição da casa própria.
No entanto, é importante ressaltar que a Selic possui um impacto limitado sobre as linhas de financiamento imobiliário, devido ao seu caráter de longo prazo. As instituições financeiras adotam uma postura cautelosa, avaliando não apenas as taxas atuais, mas também as projeções futuras de juros, a fim de ajustar as condições de financiamento de forma adequada.
O setor de consórcio continua a crescer, atendendo às necessidades de crédito de muitos brasileiros que enfrentam dificuldades de acesso a crédito a custos acessíveis. Mesmo em um cenário de taxa de juros baixa, como em 2021, com 2,5%, o mercado de consórcio registrou um crescimento de 18%. Com a Selic em 10,50%, o setor apresenta um crescimento em torno de 20%, sendo que internamente, o segmento de imóveis cresceu impressionantes 50%.
Guilherme Carrasco, vice-presidente executivo da Ademicon, destaca que o setor de consórcio se mantém dinâmico, independentemente das condições macroeconômicas. Segundo a Abac, nos primeiros cinco meses do ano, aproximadamente 340 mil cotas de consórcios residenciais foram comercializadas, com grupos de 207 meses em média.
Os brasileiros têm demonstrado interesse em aderir aos consórcios de imóveis, com demandas que variam de créditos de R$ 21 mil a R$ 1,36 milhão, e uma taxa de administração mediana de 0,098% ao mês. Mesmo para aqueles com renda variável ou em início de carreira, o consórcio se mostra como uma alternativa acessível, pois não exige comprovação de renda, ao contrário do financiamento imobiliário tradicional.
O sonho da casa própria continua sendo uma prioridade para muitos brasileiros, e a modalidade de consórcio tem se mostrado como uma opção viável e atrativa, especialmente para o público mais jovem, que busca planejamento e estabilidade financeira. A possibilidade de adquirir um imóvel sem entrada e sem juros tem conquistado esse segmento, que valoriza a previsibilidade e controle financeiro proporcionados pelo consórcio.
Profissionais do setor, como Bruno Borges, diretor de marketing do Mycon, e Thiago Bello, superintendente de produtos digitais de seguros do Inter, ressaltam a importância do consórcio como uma alternativa segura e transparente em períodos de incerteza econômica. Com um cronograma definido, o consórcio oferece aos participantes a oportunidade de realizar o sonho da casa própria de forma planejada e acessível.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo