Jogador condenado em 1989 por atentado ao pudor com violência, processo de mil páginas, anulado em 2024 por julgamento à revelia.
O jogador Cuca volta ao Atlético-MG para um contrato de duas temporadas. Sua volta ocorre após a anulação da condenação por estupro, que foi decidida pela Justiça Suíça. Ele havia sido prescrito por violência sexual. Mas o julgamento ainda não foi concluído. O técnico do Atlético-MG se tornou o segundo trabalho de Cuca desde que sua condenação foi anulada.
O julgamento ainda não foi concluído. Ele havia sido condenado por estupro e violência. A anulação da condenação por parte da Justiça suíça foi decisiva para sua volta ao clube. O técnico voltou ao Atlético-MG após um período de afastamento. Ele havia sido prescrito por violência sexual e estupro. E agora ele está de volta ao clube. A situação jurídica de Cuca em Suíça ainda é tema de debate.
Condenação jovens
O caso ocorreu em 1987, durante excursão do Grêmio à Europa, envolvendo Cuca, um meio-campista da equipe gaúcha, e outros três jogadores. Eles foram detidos na cidade de Berna pela acusação de terem tido relações sexuais sem consentimento com uma adolescente de 13 anos. + Seja o primeiro a saber as notícias do Galo!Clique aqui e siga o ge Atlético no WhatsApp
Segundo a investigação da polícia local, a jovem se dirigiu com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio. Os atletas, então, a puxaram para dentro e abusaram da garota. Os quatro ficaram cerca de um mês presos antes da volta ao Brasil. Ao fim desse período, eles pagaram fiança de 15 mil francos suíços e retornaram a Porto Alegre. Eles não estiveram presencialmente no julgamento do caso, realizado dois anos depois, em 14 e 15 de agosto de 1989, abordando o tema de condenação jovens.
Na ocasião, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca sempre negou a acusação. Mais notícias do AtléticoAtlético e Cuca precisam curar cicatrizes; entendaDesejo antigo do Galo afasta chance de retorno ao BrasilContratações do Atlético: veja quem chega, quem fica e quem sai O caso voltou a ser bastante comentado em abril de 2023, quando condenação de estupro foi um dos temas debatidos na mídia.
O processo provava que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima – e que a vítima o havia reconhecido durante a investigação do caso. Depois da saída do Corinthians, Cuca formou uma equipe de advogados para reabrir o caso na Suíça. A defesa do treinador teve acesso ao processo de mais de mil páginas e pediu a anulação do julgamento de 1989. Consultado pelo tribunal, o Ministério Público da Suíça opinou que o caso já estava prescrito, e que não era o caso de fazer um novo julgamento. A vítima, que em 1987 tinha 13 anos, morreu em 2002, aos 28. Consultado, um filho dela não quis participar do processo.
Assim, em janeiro de 2024, a presidente do Tribunal Regional de Berna-Mittelland, Bettina Boschler, decidiu então pela anulação do caso. A decisão do tribunal – que não entrou no mérito da questão, portanto não inocentou Cuca – concordou com o argumento apresentado pela defesa do ex-jogador. Ela defendia a anulação alegando que o julgamento de 1989 se deu à revelia, sem que o réu estivesse presente e sem que seus advogados pudessem defendê-lo. Além da anulação do caso, o tribunal decidiu indenizar Cuca em 9,5 mil francos suíços (cerca de R$ 50 mil na cotação de janeiro).
Fonte: © GE – Globo Esportes
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