Pesquisadoras brasileiras lideram estudo sobre possível relação entre Covid-19 e problemas de memória, apontando ligação entre vírus e inflamação cerebral.
Muitas pessoas que tiveram Covid-19 relatam ter ficado com problemas de memória meses após contrair a doença. Mas por que isso aconteceu? Qual é a relação entre o vírus e os problemas de esquecimento? Para responder a essa dúvida, um estudo liderado por pesquisadoras da UFRJ e da Unirio oferece novas pistas sobre como o Covid-19 pode ter afetado o cérebro dessas pessoas.
Além dos sintomas respiratórios, o coronavírus também pode desencadear complicações neurológicas, como a perda de memória. Os pesquisadores estão investigando a fundo os impactos do Covid-19 no sistema nervoso central e buscando maneiras de prevenir esses problemas no futuro.
Estudo liderado por pesquisadoras revela possível ligação entre Covid-19 e problemas de memória
Uma pesquisa, financiada pela Faperj e conduzida por 25 cientistas, publicada na revista Cell Reports, trouxe à tona descobertas cruciais sobre os impactos da Covid-19 na função cognitiva. O estudo, liderado por pesquisadoras, destacou a relação entre o coronavírus e problemas de memória.
A investigação, realizada em parceria entre a UFRJ e a Unirio, revelou que a proteína spike, presente na superfície do coronavírus, pode desencadear reações prejudiciais no hipocampo, região cerebral essencial para a memória. Essa proteína é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, chegando ao cérebro e interagindo com receptores TLR4, desencadeando processos inflamatórios.
Durante a fase aguda da Covid-19, não são observados efeitos significativos no cérebro. No entanto, na chamada covid longa, a perda de memória pode se manifestar, afetando a transmissão de informações entre os neurônios. A compreensão dessa ligação é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos que possam bloquear o receptor TLR4 e minimizar a inflamação.
A importância de compreender a relação entre Covid-19 e problemas de memória vai além do esclarecimento dos sintomas. Entender os mecanismos por trás desse fenômeno é essencial para o desenvolvimento de terapias eficazes. Enquanto novos medicamentos estão em fase de pesquisa, práticas como a prática de atividade física, alimentação saudável e sono adequado podem contribuir para a saúde cognitiva.
Especialistas, como o infectologista Celso Granato, destacam a necessidade de acompanhamento médico especializado para pacientes com covid longa. O estudo liderado por pesquisadoras abre caminho para uma melhor compreensão dos impactos do coronavírus no cérebro e para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes.
Fonte: @ Minha Vida
Comentários sobre este artigo