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Estudo explica formas peculiares das luas que orbitam asteroides pequenos como Dimorphos na vizinhança cósmica.
Por muitos anos, a aparência peculiar dos asteroides Dimorphos e Selam tem despertado a curiosidade dos cientistas espaciais. Recentemente, uma pesquisa inovadora revelou detalhes fascinantes sobre esses corpos celestes e levantou a possibilidade de que sua forma única seja mais difundida do que se imaginava. Os asteroides, que se assemelham a pequenas luas, são frequentes na região cósmica próxima à Terra.
Além disso, a descoberta de asteroides binários, compostos por pares de rochas espaciais semelhantes ao sistema Terra-Lua, tem ampliado nosso entendimento sobre a diversidade e complexidade do universo. Esses corpos celestes continuam a surpreender os pesquisadores com sua natureza intrigante e revelam novos mistérios sobre a vastidão do espaço sideral.
Asteroides e suas formas unusuais
Um exemplo é a dupla Didymos-Dimorphos, protagonista da missão DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), da NASA, em 2022. Selam (à dir.), uma lua recém-descoberta do asteroide Dinkinesh (à esq.) é um satélite duplo com formato peculiar. Estudos indicam que esses asteroides binários se formam quando um ‘astro pai’, composto de rochas soltas, gira tão rapidamente que parte de sua massa se desprende, formando um corpo satélite (ou ‘asteroide lunar’). Normalmente, eles têm forma alongada, assemelhando-se a bolas de futebol americano, enquanto orbitam seus corpos parentais, geralmente em forma de pião. No entanto, alguns apresentam formas mais estranhas, como o Dimorphos, que antes de ser impactado pela missão DART, tinha o formato de um esferoide oblato – uma esfera achatada nos polos e alongada no centro, semelhante a uma melancia. Selam, uma lua recém-descoberta do asteroide Dinkinesh, é ainda mais peculiar, consistindo em duas esferas rochosas conectadas. Essas formas inusitadas intrigaram os astrônomos, como John Wimarsson, da Universidade de Berna, na Suíça, principal autor do novo estudo. Segundo ele, as formas dessas luas não podem ser explicadas diretamente pelos modelos tradicionais de formação de asteroides binários. Modelos computacionais de asteroides ajudaram a desvendar o mistério. Para desvendar o mistério, Wimarsson e colegas de diversas universidades europeias e americanas criaram dois modelos de computador. O primeiro simulou como as formas das rochas principais mudariam ao girarem rapidamente e liberarem detritos. O segundo modelo assumiu que esses detritos formariam um disco em forma de rosquinha ao redor do asteroide pai. Os algoritmos rastrearam o movimento desses fragmentos à medida que eram afetados pela gravidade e colidiam, formando agregados. Os pesquisadores consideraram dois tipos de asteroides pais, semelhantes ao Ryugu e ao Didymos em tamanho e densidade. Os resultados, publicados na revista Icarus, revelaram que dois fatores principais determinam a forma final de um asteroide lunar: a força gravitacional exercida pelo corpo parental e as colisões entre a lua e outros objetos rochosos no disco de detritos. Além disso, a densidade do asteroide principal é um fator crucial. Asteroides mais densos, como Didymos, giram mais rápido e criam discos de detritos mais amplos, permitindo que as luas se formem mais distantes. Nesse caso, essas luas tendem a adquirir.
Fonte: @Olhar Digital
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