Duas produtoras de arte urbana trabalham no extremo sul e leste, fazendo a grana girar entre a gente. Arte e artístico-cultural em ciclo de exploração.
A arte urbana é um universo vasto e diverso, que abrange desde a plástica murárias até as intervenções street art. Porém, dentro desse contexto, está o grafite, um termo que é freqüentemente confundido com arte urbana, mas que possui uma conotação específica. Em 2016, a Pankill se tornou a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nacional de Arte Urbana.
Elas são produtoras de conteúdo em plataformas de mídia social, estabelecendo uma nova forma de expressão plástica popular. A Pankill é uma das principais nomes da arte urbana feminina, e seu trabalho é focado em explorar o papel da arte urbana na sociedade, como uma ferramenta de expressão e resistência. ‘A arte urbana é uma forma de expressar o que a gente não pode falar’, diz Pankill. ‘Ela é uma forma de reivindicar espaço e mostrar que podemos fazer algo mais do que apenas viver na cidade.’
Arte Urbana: Ruptura no Ciclo de Exploração
Sete grafiteiras selecionadas pelo Museu de Arte de Rua (MAR), da Prefeitura de São Paulo, estão encontrando um novo caminho para a expressão artística, rompendo com a tradição da arte urbana explorada por ‘atravessadores’, empresas majoritariamente geridas por homens e mulheres que atuam no mercado de produção artístico-cultural em São Paulo, desafiando o status quo. ‘A arte urbana que conhecemos é resultado de um jogo de poder’, afirma Amanda Pankill, grafiteira, que, junto com Mimura Rodriguez, criou a Seiva Cultural, com o objetivo de mudar a dinâmica.
Arte Plástica e Grafite: A Vanguarda
A dupla Amanda e Mimura, ambas com origens em periferias de São Paulo, Penha e Jabaquara, respectivamente, agora atuam como produtoras de arte urbana, buscando justiça para sete mulheres que pintam enormes painéis de grafite em regiões marginalizadas, como Jardim São Luiz e São Matheus. ‘A gente começou a se mobilizar e se produzir, com a ideia de que a artista deveria ganhar o maior cachê’, explica Pankill, em entrevista ao Visão do Corre.
Produtoras de Arte Urbana: A Nova Realidade
O projeto da Seiva Cultural surge da premissa de que a artista deve ser a protagonista da sua arte, não apenas um elemento para o entretenimento da sociedade. ‘A gente se sente explorado, principalmente pelo mercado das grandes produtoras, agências, pessoal de publicidade e marketing’, revela Pankill, que cita casos de exploração, como produtoras exigindo que artistas comprassem tinta no dobro do valor ou não fornecendo condições adequadas para o trabalho.
Desafios à Arte Urbana
Isso ocorre não apenas em projetos privados, mas também em editais públicos, onde as produtoras podem se aproveitar da falta de conhecimento sobre a arte urbana e do seu valor na sociedade. ‘Nem todas as situações são iguais, mas muitas produtoras enxergam os editais como uma fonte de lucro fácil’, afirma Pankill, sublinhando a importância de equilibrar a economia com a dignidade das artistas.
Um Novo Caminho para a Arte Urbana
Com o projeto da Seiva Cultural, as sete mulheres selecionadas têm a oportunidade de criar painéis de grafite em regiões periféricas de São Paulo sem a exploração, ganhando o que merecem por sua arte. ‘A gente só quer fazer arte, não ser explorado’, afirma Pankill, ressaltando a importância de romper com o ciclo de exploração e garantir que a arte urbana seja uma expressão genuína das artistas.
Fonte: @ Terra
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