O retorno sobre o patrimônio líquido médio subiu para 17%. O CEO Mario Leão busca manter rentabilidade com margem financeira bruta acima do esperado, com desempenho marginal que faz sentido.
Durante o ano de 2023, o Santander Brasil foi capaz de conquistar uma liderança inovadora na prestação de serviços financeiros, com destaque para o crédito como uma das principais ferramentas utilizadas para atender às necessidades dos clientes.
Com um desempenho acima do esperado e um lucro líquido gerencial de R$ 3,6 bilhões, o banco demonstrou uma capacidade de crédito robusta, respondendo às preocupações dos analistas com relação à estabilidade financeira. Além disso, a expansão do crédito foi fundamental para a diversificação das opções de investimento dos clientes, contribuindo para o aumento do lucro de R$ 34,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Revisão do Percurso do Banco
O resultado do terceiro trimestre do banco foi marcado por um tom comedido, por parte do seu CEO, Mario Leão, ao discutir sobre os rumos do setor de crédito. Leão enfatizou a direção do banco como ‘mais um passo concreto na direção certa’, após trimestres de baixo desempenho, o que pode ser atribuído às consequências da pandemia. Quando o assunto é ‘crédito’, entretanto, o tom de Leão era mais cauteloso, prestando atenção às condições econômicas adversas. Na situação de piora do cenário econômico, a expectativa é que a carteira de crédito cresça nos próximos trimestres, mas com um ritmo um pouco abaixo da média do mercado, com o foco na ‘rentabilidade’ como principal preocupação. Ele destacou que esse movimento já foi observado no terceiro trimestre, mostrando um ‘efeito claro’ na alocação ‘clínica’ e ‘disciplinada’ do ‘capital’ nos portfólios, onde o ‘retorno marginal’ faz sentido.
A ‘margem financeira bruta’ avançou 15,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 15,2 bilhões. A ‘carteira de crédito’ aumentou 6,1%, para R$ 663,5 bilhões. O CEO do banco, Mario Leão, afirmou que a disciplina na alocação de ‘capital’ começou a ser aplicada ‘com mais ênfase’ no terceiro trimestre, escolhendo onde colocar os ‘recursos’ com base na ‘rentabilidade’ e na relação com os clientes. Essa abordagem foi mais notada na parte de atacado no terceiro trimestre. Leão destacou que, nos últimos um ano e meio, a carteira do atacado tem caído, pois o ‘retorno marginal’ de muitas operações não se justificou, em um momento de alta liquidez do mercado de capitais, aceitando níveis de ‘rentabilidade’ baixos. O CEO do Santander afirmou que o movimento também ocorreu neste trimestre, ainda que de forma sutil, em alguns portfólios de pessoa física, caso do consignado INSS. Leão afirmou que esse portfólio ‘quase que certamente vai cair nos próximos trimestres’, enquanto outros produtos, como a ‘financeira de automóveis’, devem ganhar mais destaque.
Isso significa que o Santander está ‘diminuindo’ ou ‘enxugando’? Absolutamente não. Nós estamos ‘dotando o capital’ que tínhamos nesse negócio que, na ‘margem’, vai ser menos ‘rentável’ em outros que vamos conseguir mais ‘rentabilidade’, afirmou Leão. Neste cenário, Leão foi questionado sobre o risco de inadimplência, considerando que o índice superior a 90 dias foi de 3,2% no terceiro trimestre, aumento de 0,2 ponto percentual em base anual, com as despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) avançando 4,7%, para R$ 5,9 bilhões.
Leão afirmou que em pessoa física, considerando a postura que o banco tem atuado há mais de dois anos, a situação continua controlada. Isso ocorre, segundo ele, pelo público com quem o banco vem buscando atrair nos últimos anos, com mais ‘recursos’ e mais transacionais, o ritmo mais comedido das concessões, além das taxas pré-fixadas. O crescimento [da concessão de crédito] poderia até vir, mas seria ao custo material de provisão lá na frente que não estamos dispostos a pagar.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo