Papéis da companhia aérea sobem com plano de emissão de ações para pagar US$ 600 milhões em dívidas, parte de reestruturação mais profunda na recuperação extrajudicial, com acordo com arrendadores.
A Azul está prestes a fechar um novo acordo com arrendadores de aeronaves, o que gerou um grande entusiasmo entre os investidores, fazendo as ações da companhia dispararem nesta sexta-feira, 13 de setembro. Esse movimento reflete a confiança dos investidores nas ações da Azul.
Por volta das 15h50, as ações preferenciais da companhia aérea avançavam 18,07%, a R$ 4,77, enquanto o Ibovespa registrava alta de 0,68%, aos 134.947 pontos. Esse aumento nas ações da companhia é um sinal positivo para o mercado e pode atrair mais investidores para a Azul. O futuro parece promissor para a companhia aérea.
Ações da Azul: Plano de Renegociação de Dívida
A Azul está propondo um pacote de ações que representaria cerca de 20% do seu capital social para pagar aproximadamente US$ 600 milhões em dívidas. A maioria dos arrendadores concordou com o plano, que pode ser assinado nas próximas semanas. Caso seja fechado, o acordo abriria caminho para uma recuperação extrajudicial e não uma reestruturação mais profunda, por meio de um Chapter 11, o equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos.
A Azul havia fechado um acordo com arrendadores e fabricantes de aeronaves em outubro de 2023 para entregar US$ 570 milhões em ações preferenciais, avaliadas a R$ 36, como parte de uma reestruturação que alongou os vencimentos da dívida e levantou capital. Além disso, a companhia também fechou a emissão de US$ 370,5 milhões em títulos de dívida.
Impacto nas Ações da Azul
A emissão das ações seria feita em parcelas trimestrais, começando no terceiro trimestre deste ano e conclusão prevista para o quarto trimestre de 2027. No entanto, as ações da Azul acumulam uma queda de 67,7% no ano, com o valor de mercado somando R$ 1,6 bilhão. A empresa sente as consequências da depreciação do câmbio e das enchentes no Rio Grande do Sul, onde possui uma operação relevante.
A receita operacional da companhia ficou em R$ 4,2 bilhões no segundo trimestre, queda de 2,3% em base anual, por conta desses fatores, e a situação forçou outra reestruturação. A dívida bruta da Azul aumentou 15,3% no período, em comparação com os primeiros três meses do ano, para R$ 28,1 bilhões.
Reestruturação e Fusão
Segundo a companhia, isso se deu principalmente devido à depreciação de 11,7% do real em relação ao dólar trimestre, resultando em um aumento nos passivos de arrendamento e empréstimos em moeda estrangeira, além da emissão de debêntures locais. Já a alavancagem da operação alcançou o patamar de 4,5 vezes entre abril e junho, acima do índice de 3,7 vezes do primeiro trimestre.
A companhia não quis comentar sobre o assunto, mas no final de agosto divulgou um fato relevante informando que estava avaliando, junto com stakeholders, ‘diversas modalidades de negócio para otimizar a estrutura de equity’. Além disso, o mercado também está atento à possibilidade de uma fusão entre Azul e Gol se concretizar.
Fonte: @ NEO FEED
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