Universidade aposta em campanhas educativas para prevenir o uso de produtos descartáveis, recarregáveis, de tabaco aquecido, dispositivos eletrônicos para fumar e substâncias permitindo absorção de opções de tabaco.
O Brasil foi um dos países a registrar crescimento no número de fumantes em 2021, após uma década de queda. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o tabagismo não é apenas uma questão de saúde pública, e sim uma causa econômica a ser combatida.
Com a liberação das regras de alcoolímetro em 2019, a indústria do tabaco passou a se concentrar em produtos como cigarros eletrônicos e cigarros a vapor. A nicotina, um dos principais componentes dos produtos, continua a ser um fator de risco para o desenvolvimento de vício em fumar. Com o avanço da tecnologia, a indústria do tabaco continua a encontrar maneiras de reinventar seus produtos, mantendo o fumar como um hábito difundido entre a população.
Tendências perigosas no mundo do fumar
O tabagismo não é mais limitado ao tradicional fumar de cigarros. O cenário atual, marcado por vapes/cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido, é uma ameaça grave à saúde individual e coletiva. Esses dispositivos eletrônicos para fumar, especialmente popularizados entre os jovens, representam um grande desafio ao crescimento desse consumo.
A variedade de opções inclui produtos descartáveis, modelos recarregáveis e novas formas químicas de entrega de nicotina, como sais de nicotina e versões sintéticas. Esses formatos são apresentados de forma atraente, com design moderno e sabores variados. Segundo dados da pesquisa Ipec, o uso de cigarros eletrônicos no Brasil aumentou em 600% entre 2018 e 2023.
A evolução do mercado aconteceu apesar do revês ocorrido em 2019, quando foram registrados 2.800 casos de EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) nos Estados Unidos. Essa doença pulmonar grave está relacionada ao uso de dispositivos eletrônicos contendo acetato de vitamina E e quantidades impressionantes de nicotina, resultando em 68 mortes confirmadas nos Estados Unidos.
Em resposta a essa crise, os negociantes do setor reformularam a forma de entrega da nicotina. A solução foi eliminar o acetato de vitamina E e substituir a nicotina freebase por sais de nicotina. A nicotina freebase é uma forma mais pura e instável da substância, permitindo uma absorção mais lenta e irritação na garganta. Por outro lado, os sais de nicotina são quimicamente mais estáveis e proporcionam uma absorção muito mais rápida e suave. Isso ocasiona picos plasmáticos de nicotina em segundos, reforçando o comportamento viciante. Essa realidade tem levado a comunidade médica a falar em uma nova epidemia: o ‘nicotinismo’ – um termo que descreve a dependência da nicotina em seus novos formatos.
No Brasil, embora a venda de dispositivos eletrônicos para fumar seja proibida desde 2009, esses dispositivos continuam sendo vendidos ilegalmente. Em mais uma tentativa de regrar o mercado, em abril deste ano a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução que proíbe a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, incluindo cigarros eletrônicos, vapes e produtos de tabaco aquecido. A proibição também inclui o ingresso desses produtos no país trazidos por viajantes, independentemente da forma de importação.
A diretoria da Anvisa baseou sua decisão em pareceres de associações científicas e em recomendações internacionais, reafirmando a restrição que já estava em vigor desde 2009. A medida da Anvisa reforça a necessidade de uma regulamentação rigorosa e ações de conscientização para frear essa tendência crescente. No entanto, os representantes da indústria do tabaco se opuseram a ela, alegando que favorece o
Fonte: @ Veja Abril
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