Estados e cidades devem reforçar vigilância sobre transmissão vertical do anticorpo e possibilidade de malformações neurológicas.
Uma sugestão aos estados e municípios para reforçarem a vigilância em saúde em relação à febre Oropouche foi divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde (MS). De acordo com o comunicado, a ação foi tomada após o Instituto Evandro Chagas do MS identificar a presença de anticorpos do vírus em amostras de um caso de aborto e quatro casos de microcefalia.
A febre Oropouche, também conhecida como Oropouche fever, é uma doença viral transmitida por mosquitos que pode causar sintomas semelhantes aos da dengue. A detecção do vírus em casos relacionados à transmissão vertical ressalta a importância da prevenção e do monitoramento constante da saúde pública. A vigilância ativa é essencial para identificar precocemente possíveis surtos e adotar medidas de controle adequadas.
Ministério da Saúde alerta para a febre de Oropouche e possíveis transmissões verticais
Significa que o vírus é transmitido da gestante para o feto, mas não é possível afirmar com certeza a relação entre a infecção e o óbito e as malformações neurológicas, conforme comunicado divulgado pelo ministério na quinta-feira (11). O documento orienta que estados e municípios intensifiquem a vigilância nos meses finais da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram infecções por dengue, Zika e Chikungunya ou febre de Oropouche.
O ministério recomenda ainda coletas de amostras e preenchimento da ficha de notificação; alertando a população sobre medidas de proteção a gestantes, como evitar áreas com a presença de maruins (tipo de inseto) e mosquitos, instalar telas em portas e janelas, usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente.
De acordo com as informações, o serviço de detecção de casos de Oropouche foi expandido para todo o país em 2023, após o Ministério da Saúde disponibilizar testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Com essa ampliação, os casos, antes concentrados principalmente na Região Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões do Brasil.
‘A descoberta reforça a eficiência da vigilância epidemiológica no SUS, especialmente em relação à possibilidade de transmissão vertical de doenças, crucial para antecipar diagnósticos e proteger gestantes e recém-nascidos’, informou o ministério.
Sintomas e Prevenção da Febre de Oropouche
A febre de Oropouche é uma doença provocada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Os sintomas incluem febre de início súbito, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, além de tontura, dor na parte de trás dos olhos, calafrios, náuseas e vômitos. Em cerca de 60% dos pacientes, alguns sintomas como febre e dor de cabeça persistem por até duas semanas. Atualmente, não existe tratamento para a doença.
A prevenção é baseada na proteção contra os mosquitos transmissores. A febre de Oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960 e desde então foram registrados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Além disso, houve relatos da doença no Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.
Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados. A vigilância epidemiológica é essencial para detectar precocemente possíveis transmissões verticais e garantir a proteção de gestantes e recém-nascidos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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